O Ministério da Saúde informou na terça-feira (17) que os casos de contaminação por zika vírus registrados no primeiro semestre são a “principal hipótese” para explicar o aumento da ocorrência de microcefalia na região Nordeste.
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. Boletim epidemiológico com dados reunidos até esta segunda (16) aponta a ocorrência de 399 casos em 2015, em sete estados.
O zika é da mesma família do vírus da dengue, porém menos agressivo, e foi identificado pela primeira vez no Brasil em abril deste ano.
Primeiro estado a identificar o aumento nos casos de microcefalia, Pernambuco tem o maior número de ocorrências até agora – 268 bebês diagnosticados em 2015.
Também foram registrados 44 casos em Sergipe, 39 no Rio Grande do Norte, 21 na Paraíba, 10 no Piauí, 9 no Ceará e 8 na Bahia.
O ministério afirma que ainda não recebeu dados de outras unidades da federação que apontem uma escalada de microcefalia em recém-nascidos, embora outros estados também tenham registrado casos de zika vírus. O ministério enviou orientações a todas as secretarias estaduais de saúde sobre o processo de notificação, vigilância e assistência às gestantes.
A relação entre o zika vírus e a má-formação genética ganhou força porque o micro-organismo foi identificado em duas gestantes da Paraíba. Elas apresentaram sintomas da infecção durante a gravidez e carregam bebês com microcefalia confirmada.
Exames laboratoriais encontraram o vírus no líquido amniótico, que envolve o bebê na gestação.
Assim como o vírus da dengue, o zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e não tem cura ou vacina identificada até o momento.