Um vídeo feito pelo youtuber grego Timmy Karter em uma das favelas do Complexo do Chapadão, na Zona Norte do Rio, viralizou na internet ao mostrar uma feira de drogas a céu aberto no local. O conteúdo completo de seu vlog, com quase 70 minutos, foi retirado do YouTube, mas no Twitter ainda é possível ver um clipe do vídeo original de Karter conversando com traficantes sobre o preço das mercadorias ilegais.
Acompanhado por um morador, Karter chega ao interior da comunidade na garupa de uma moto. No vídeo, mostra ele sendo avisado sobre o perigo de registrar o que se passa na região. O vídeo então corta para o youtuber no mercado de drogas, com a câmera apontada para uma mesa com pacotes que parecem conter maconha, cocaína e lança-perfume. Alguém pede então que Karter filme a logomarca da banca, “C.V., uma das maiores organizações criminosas do Brasil”, explica a legenda. Em uma das bancas é possível ver uma máquina de cartão de crédito ao fundo.
No vídeo, Karter chega a comentar sobre o baixo preço das drogas no Brasil e faz uma comparação com valores que, segundo ele, são praticados em Londres, na Inglaterra. “Isso custa 4 dólares?”, pergunta sobre um pacote que parece conter cocaína. “Isso, 20 reais”, responde o traficante. O youtuber então comenta: “Eu trabalhava em Londres, lá 3 gramas custam quase 200 dólares”, afirmou.
A revelação surpreendeu o traficante, que fez uma sugestão a Karter: “Você deveria comprar daqui então e vender na Europa!”. O youtuber não aceita a sugestão. “Eu não sou vendedor, irmão! Vou acabar na cadeia!” respondeu.
Em suas redes sociais, muitos internautas comentaram sobre o vídeo dizendo que Karter correu risco ao filmar traficantes na comunidade.
Procurada pelo G1 para falar sobre o vídeo, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que monitora grupos criminosos da região e que vai analisar as imagens. “Vídeos e outras provas serão analisados para identificar e responsabilizar os envolvidos”, informou.
Além do Chapadão, Karter já repercutiu na internet com viagens para destinos como Guatemala, Costa Rica e Colômbia, onde ele circula pelas periferias a fim de retratar a realidade local, além dos pontos turísticos.