Centenas de trabalhadores em cinco centros do Walmart de comércio eletrônico nos EUA estão sendo encorajados a procurar empregos em outras unidades da rede antes do encerramento de seus contratos em 90 dias, confirmou um porta-voz da empresa à agência de notícias Reuters. O aviso prévio foi dado na semana passada a 200 funcionários em Pedricktown, New Jersey, e centenas de outros em Davenport, na Flórida; Fort Worth, Texas; Chino, na Califórnia, e Bethlehem, na Pennsylvania, demitidos devido a uma redução ou eliminação dos turnos noturnos e de fim de semana. O Walmart é o maior empregador privado dos Estados Unidos, com cerca de 1,7 milhão de empregados.
Os trabalhadores demitidos dos cinco centros de atendimento serão elegíveis para funções nas 5 mil lojas do Walmart nos EUA, que a empresa tem usado cada vez mais como uma plataforma para enviar pedidos à porta dos clientes, disse o porta-voz. Com excessão da unidade de Pedricktown, o Walmart não publicou um aviso de Worker Adjustment and Retraining Notification (WARN) para as demissões, segundo apurou a Reuters. O WARN é obrigatório pela lei trabalhista dos EUA e exige que empresas com 100 ou mais funcionários forneçam notificação com 60 dias de antecedência sobre fechamento de fábricas e demissões em massa.
Segundo o porta-voz da empresa, a medida não tem sido tratada como demissão em massa já que não tem certeza sobre o número total de funcionários que serão demitidos e recontratados. O Walmart tem investido pesadamente em automação nos últimos anos, em parceria com empresas como a Knapp para ajudá-lo a reduzir o número de etapas que os funcionários levam para processar pedidos de comércio eletrônico de 12 para 5, projeto implementado especialmente em sua instalação de Pedricktown, em New Jersey.
As demissões no Walmart, um termômetro do varejo por conta do tamanho da rede, podem ser um prenúncio de mais turbulência na economia dos EUA, que muitos economistas preveem que pode entrar em recessão este ano. O medo de uma próxima recessão já levou os varejistas a anunciarem 17.456 cortes de empregos até agora em 2023, em comparação com 761 no mesmo período do ano passado, de acordo com um relatório de março da Challenger, Gray and Christmas.
“Recentemente, ajustamos os níveis de pessoal para nos prepararmos melhor para as necessidades futuras dos clientes”, disse o Walmart em comunicado, acrescentando que trabalharia em estreita colaboração com os associados afetados para encontrar empregos em outros locais. Amazon, Neiman Marcus e Lidl estão entre os varejistas que cortaram empregos nos últimos meses, principalmente funcionários corporativos.