DA REDAÇÃO, com UOL – O presidente da Volkswagen no Brasil, David Powels, reafirmou esta semana o plano da montadora de desembolsar R$ 10 bilhões no Brasil até 2018, embora o grupo alemão esteja revendo seus investimentos globais após a descoberta da fraude nos testes de emissão que deve causar prejuízo bilionário em multas, processos e recalls.
Segundo o executivo, não há grande espaço para cortes dos investimentos no Brasil, tendo em vista a prioridade em renovar a linha da marca, com a inclusão do país na plataforma tecnológica mundial do grupo que já resultou na fabricação de três modelos globais: o subcompacto Up!, a nova geração do Golf e o sedã Jetta.
“Não vamos cortar produtos no Brasil, vamos continuar com nossos planos”, disse Powels, ao ressaltar que o pente fino que está sendo feito pelo grupo nos projetos em todo o mundo não terá “grande impacto” na estratégia da Volks no Brasil.
“Não vai reduzir `o investimento`. Precisamos investir em uma nova plataforma e introduzir carros no país. Não há, hoje, perspectiva de cortar os investimentos”, disse Powels, após participar de um evento.
O executivo não comentou se a montadora tem veículos no Brasil equipados com dispositivos que adulteram testes de emissões de poluentes, a exemplo do que foi descoberto nos Estados Unidos.
Segundo ele, a subsidiária está preparando um comunicado sobre o tema a ser divulgado nos próximos dias. A expectativa é que a montadora revele se a picape Amarok, único modelo a diesel vendido no país, faz parte dos 11 milhões de veículos programados para emitir menos poluição quando são submetidos a testes em laboratórios.
Fraude nos EUA
As acusações contra a Volkswagen motivaram outros países a também a abrirem investigação contra a companhia, como Alemanha, França, Itália, República Checa e Coreia do Sul. Foi o estopim para a queda do ex-chefão da marca, Martin Winterkorn, que pediu demissão nesta quarta (23). Outros executivos, como o CEO americano Michael Horn, também devem cair.
A empresa passa por um momento complicado, após denúncias de fraudes em testes de emissões e poluentes nos Estados Unidos. No Brasil, o único carro que pode contar o software “mentiroso” — trata-se de um chip que funciona apenas em inspeções, mas que polui normalmente na rua — é a picape Amarok, equipada com o motor 2.0 TDI de 180 cv. A Volkswagen brasileira ainda não se pronunciou porque também aguarda a divulgação da lista.