Mais de 14 mil vítimas da Telexfree no Estado de Massachusetts, incluindo muitos imigrantes brasileiros, receberam nesta semana um reembolso de $205,52 cada segundo informações do jornal “Boston Globe”. É a primeira vez que eles recebem algum dinheiro de volta desde o início das investigações nos EUA, no ano passado.
O dinheiro corresponde a apenas uma parte das perdas, afirmou o secretário de Estado de Massachusetts, William Galvin, ao jornal. “Muitas pessoas não esperavam receber nada nunca mais”, disse. “Estou grato que conseguimos reaver algo para essas vítimas.”
No total, as vítimas de Massachusetts receberam $2,9 milhões, como parte de um acordo de $3,5 milhões feito com o banco Fitchburg, ligado ao caso.
A Telexfree vendia planos de minutos de telefonia pela internet (VoIP). No Brasil, é investigada por suspeita de pirâmide financeira e está com as atividades suspensas há dois anos. Nos EUA, foi formalmente acusada pelo crime de pirâmide financeira.
Com promessas de retorno financeiro em pouco tempo, esse tipo de esquema é considerado ilegal porque só é vantajoso enquanto atrai novos investidores. Assim que os aplicadores param de entrar, o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso.
A Ympactus, que representa a Telexfree no Brasil, nega a acusação e afirma que trabalha com “marketing multinível”.
A empresa foi formalmente acusada nos EUA de atuar sob um esquema de pirâmide financeira, com foco em imigrantes brasileiros e dominicanos e teve seus bens bloqueados. O esquema teria movimentado $1,1 bilhão no mundo, segundo a acusação.
Um dos seus fundadores, o americano James Merrill, foi preso em Massachusetts (sede da Telexfree) e encontra-se em prisão domiciliar, acusado de comandar o esquema ao lado do brasileiro Carlos Wanzeler que está foragido.