As quartas de finais do Paulistão começaram na quarta-feira (29) com dois jogos. No primeiro deles, a grande surpresa: o Mirassol, que perdeu quase o time inteiro por causa da pandemia e de términos de contratos, foi ao Morumbi e derrotou o São Paulo por 3 a 2 (dois gols de Zé Roberto e outro de Daniel Borges, enquanto Pablo e Vitor Bueno marcaram para o Tricolor paulista).
O duelo entre o São Paulo e a equipe interiorana foi apontado como a maior barbada da fase de quartas de finais. Afinal, o Tricolor tem um elenco valorizado, vinha praticando bom futebol antes da interrupção do campeonato por causa da pandemia e jogava em casa. Do lado do Mirassol, nem mesmo seus torcedores acreditavam na continuidade da equipe na competição.
Principal nome do Mirassol que eliminou o São Paulo das quartas de final do Campeonato Paulista, o atacante Zé Roberto não tinha nos planos entrar em campo. Foi dele dois dos três gols da vitória sobre o Tricolor, que garantiu a inédita vaga na semifinal do Paulistão ao time do interior paulista.
Vice-artilheiro da Série B do Brasileiro pelo São Bento na temporada passada, Zé Roberto teve passagem relâmpago pelo Atlético-GO no início do ano antes de se transferir para os Emirados Árabes. Por lá, foram apenas seis jogos e um gol. De volta ao Brasil e sem clube, usava as dependências do Mirassol para manter a forma física à espera de nova oportunidade.
Mas a história mudou. No domingo, após o Mirassol garantir vaga nas quartas de final do Paulistão, Zé Roberto foi convencido por Juninho Antunes, diretor do clube e grande amigo, a entrar em campo após ligação. Na madrugada, pegou um voo de São José do Rio Preto rumo a São Paulo. Fez apenas um treino com o time titular e saiu como herói.
Ao Tricolor, resta juntar os cacos e se concentrar no Brasileirão e na Libertadores a fim de fazer boa figura nestas duas competições. E o calvário continua. O São Paulo ganhou seu último título em 2012. De la para cá, já foram 31 campeonatos sem títulos.
Verdão sofre, mas se classifica
Depois do susto no primeiro tempo, quando o goleiro Weverton protagonizou três importantes defesas, o Palmeiras voltou na segunda etapa disposto a liquidar o jogo. Vanderley Luxemburgo processou alterações para tornar a equipe mais ofensiva a fim de quebrar a retranca montada pelo técnico do Santo André. A tática funcionou até os 40 minutos do segundo tempo, quando uma cabeçada de Felipe Melo desviou no corpo do zagueiro Rodrigo e tirou o zero do placar. Ainda houve tempo para o Verdão marcar mais um, com Marcos Rocha aproveitando rebote do goleiro após o chute forte de Zé Rafael.
Agora, o Alviverde da capital paulista jogará no domingo (2) contra o adversário que ficou definido nesta quinta-feira (30) após a disputa de duas partidas: Red Bull Bragantino x Corinthians e Santos x Ponte Preta. Infelizmente, o fechamento desta edição impediu que informássemos os resultados destes dois confrontos das quartas de finais.
Tristeza cruzeirense não tem fim, enquanto Galo sobra na turma
O pesadelo dos torcedores do Cruzeiro parece não acabar nunca. Após ter sido rebaixado pela Série B no ano passado, agora ficou fora do quadrangular decisivo do Campeonato Mineiro.
O técnico Enderson Moreira, com duas partidas à frente do Cruzeiro, passou pela primeira frustração no clube. Adjetivo utilizado pelo próprio treinador para definir a eliminação da Raposa ainda na primeira fase do Campeonato Mineiro. O time venceu por 1 a 0 a Caldense, mas precisava de mais dois gols para chegar às semifinais. Terá de se contentar com a disputa do Troféu Inconfidência, entre o quinto e o oitavo colocados do Estadual.
Já, o Atlético-MG não tomou conhecimento do adversário e goleou o Patrocinense, no Mineirão, por 4 a 0, sem nenhuma dificuldade, com gols de Nathan, Guilherme Arana, Savarino e Pedro Rosa (contra). O jogo válido pela última rodada da primeira fase do Mineiro serviu para Jorge Sampaoli fazer observações, entre elas sobre o desempenho de Keno, que fez sua estreia com a camisa do Galo. Em linhas gerais, o treinador gostou do que viu. Mas destacou que há muito a evoluir.
As semifinais do Campeonato Mineiro ficaram assim: Caldense x Tombense e América-MG x Atlético-MG.
Está pintando Gre-Nal na final do segundo turno do Gauchão
O Internacional jogou bem e derrotou o Aimoré por 2 a 0, com gols de Guerrero, enquanto os reservas do Grêmio ficaram no 0 a 0 com o Novo Hamburgo.
Agora, as semifinais do segundo turno do Campeonato Gaúcho ficaram dessa maneira: Internacional x Esportivo e Grêmio x Novo Hamburgo. Os vencedores farão a final. O ganhador do segundo turno enfrentará o Caxias, vencedor do primeiro turno, e já classificado para a final do Gauchão.
Uma raquete na mão e um sonho na cabeça
Parafraseando Glauber Rocha, um dos expoentes do Cinema Novo brasileiro, autor da célebre frase: “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, o jovem paulista Lucca Carvalho está aprimorando seu jogo na Evert Tennis Academy em Boca Raton (FL) para brilhar nas quadras de todo mundo. O objetivo dele é obter uma bolsa de estudo em uma universidade americana e seguir carreira como tenista profissional.
O brasileiro de 15 anos começou praticando futebol, paixão do pai Hemmerson, um dos sócios da CBF School Boca Raton, projeto que deu início ao processo de internacionalização das escolinhas de futebol da CBF. Entretanto, acompanhando Cibele, sua mãe, em uma atividade esportiva, descobriu o encanto do tênis nas quadras do Clube Paineiras do Morumbi em São Paulo. Incentivado por seus instrutores, seguiu em frente e se destacou entre os meninos de sua faixa etária.
Aí, não teve jeito. Decidiu pendurar as chuteiras e começou a empunhar uma raquete. No Brasil figurava entre os 70 melhores na categoria Under 16, mas aqui nos Estados Unidos está ranqueado entre os mil tenistas do mundo em sua categoria.
A mudança, no entanto, não foi apenas de país, conforme conta o próprio Lucca: “Antes, procurava ser mais defensivo, mas agora estou aperfeiçoando meu estilo de jogo e atacando mais o adversário”. Seu técnico Jacob Hernandez, que chegou a nº 34 no ranking juvenil, tem insistido em aprimorar sua força de ataque com mais subidas à rede. “Como sou destro, meu golpe predileto é o forehand, com uma bola alta no backhand do adversário”.
Em pouco mais de um ano na Evert Tennis Academy, de propriedade de Chris Evert – uma das melhores tenistas do mundo nas décadas de 70 e 80, quando conquistou 18 títulos de Grand Slam em simples e mais três em duplas -, Lucca sentiu ter evoluído bastante, sobretudo por enfrentar tenistas de diferentes países. “No Brasil, enfrentava basicamente brasileiros. Aqui, jogo contra americanos, latinos, europeus, asiáticos. É bem variado, e isto faz com que meu jogo cresça, porque preciso me adaptar aos mais diferentes estilos”, analisou Lucca.
Outra grande diferença é o período de treinamento. No Brasil, estudava na Escola Britânica, onde há uma disciplina bastante rígida, que dificultava sua participação em torneios porque as faltas não eram abonadas. “Além disso, lá tinha duas horas de treinao e uma hora de preparação física. Aqui, treino cinco horas por dia – quatro de tênis e uma hora de treino físico”, complementou o jovem paulista, fã declarado do espanhol Rafael Nadal, expoente do tênis defensivo. Para completar sua preparação, Lucca faz um trabalho com uma nutricionista brasileira. Antes, o acompanhamento era personalizado, agora é feito através da Internet.
Os objetivos de Lucca Carvalho são dois: obter uma bolsa de estudos para uma universidade americana, graças à sua habilidade esportiva, e também começar a disputar torneios Challenger, quando estiver na universidade, para começar a somar pontos para o ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais). Como ainda está cursando apenas o segundo ano do high school, ele ainda não está tão empenhado em aplicar para bolsas de estudos, embora o pessoal da academia tem indicado algumas universidades que possuem programas fortes em tênis – vale destacar que nos EUA as universidades se diferenciam por determinadas modalidades esportivas.
Enquanto aguarda o momento de decidir pela universidade, ele segue aprimorando seu jogo, tanto que agora até predere hard core em vez do saibro, piso preferido no Brasil e demais países da América Latina. Hemmerson Carvalho não esconde o orgulho de ver a ascensão do filho mais velho no tênis. Como consolo, se não convenceu Lucca a se tornar futebolista, pelo menos conseguiu transmitir para ele a mesma paíxão clubística; ambos são corintianos fanáticos. Vai Corinthians! Ou melhor: Vai Lucca!