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Venezuela anuncia racionamento de luz em shopping centers

O governo da Venezuela determinou na quarta-feira (10) o fechamento parcial de cerca de 100 shopping centers do país em dias úteis. O racionamento foi decretado em virtude da grave seca provocada pelo El Niño que atinge o país e diminuiu os reservatórios das hidrelétricas. Os representantes do setor reclamaram da medida que afetará os centros de comércio no começo da tarde e à noite. As informações são do Estadão.

“Essa medida afetará a qualidade dos serviços porque não temos capacidade de gerar energia sozinhos”, disse a Câmara de Shoping Centers e Mercados da Venezuela em comunicado.

Para o setor, o racionamento temporal pode aprofundar a recessão econômica no país, que enfrenta escassez de produtos básicos. O comércio não tem tido acesso a dólares para importar mercadorias e matérias-primas e o país tem um parque industrial limitado.

O anúncio foi feito pelo ministro da Eletricidade Luis Motta. Segundo ele, desde 2011, os shoppings eram obrigados a ter geradores para garantir sua própria eletricidade, mas não o fizeram. Na Venezuela, o governo subsidia o preço da energia, que é oferecido a taxas bem abaixo do mercado.

‘Poupar energia é vital neste momento”, disse Motta. A hidrelétrica de Guri, a maior da Venezuela, está oito metros abaixo de seu nível normal.

Os venezuelanos têm preferido os shoppings como forma de lazer em virtude dos altos índices de violência urbana. “Nada disso me surpreende mais. A situação piora todos os dias”, disse a professora Rosa Velásquez, de 49 anos.

Imprensa. Os principais jornais da Venezuela temem ficar sem papel-jornal até o fim do mês. De acordo com o presidente do jornal El Impulso, Carlos Eduardo Carmona, um carregamento da matéria-prima é esperado para os últimos dias de fevereiro. A distribuição é feita por uma empresa estatal, a Corporação Editorial Alfredo Maneiro. Caso isso não aconteça, os diários ficarão sem papel para irem para as gráficas.

O presidente do Sindicato Nacional dos Jornalistas da Venezuela, Marco Ruiz, disse que a situação afeta o trabalho da categoria e o direito ao trabalho, liberdade de expressão e informação. “O espaço que temos com a escassez de papel é insuficiente para apresentar as diferentes versões de um fato e para aprofundar as investigações jornalísticas”, disse.

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