A cidade de Nova York tem um novo prefeito, Eric Adams, e uma de suas primeiras medidas foi estabelecer que as escolas públicas da cidade abrissem após o feriado de ano novo. A decisão foi feita apesar dos elevados números de casos novos de COVID-19, liderados pela nova variante Omicron. No domingo, a cidade registrou mais de 36,000 novos casos de COVID-19.
“Não podemos alimentar a histeria,” declarou Adams em entrevista a CNN na terça-feira, 4 de janeiro.
A notícia chegou em um momento crítico, visto que as duas semanas anteriores ao feriado de Natal foram as mais caóticas, desde a reabertura das escolas para ensino presencial, devido ao crescente número de novos casos dentro do sistema escolar.
Na segunda-feira, 3 de janeiro, o presidente do sindicato dos professores Michael Mulgrew declarou em coletiva de imprensa que é essencial expandir o número de testes nas escolas, mas que a secretaria de educação deveria estar preparada para adotar ensino remoto, caso os números aumentem excessivamente. Mulgrew ainda mencionou que a expansão dos testes é sujeita a consentimento dos pais de alunos.
“Se não tivermos o opção remota, o estado será o único que poderá ordenar testes para as escolas,” declarou Mulgrew.
Na terça-feira, 28 de Dezembro, o ex-prefeito Bill De Blasio, a governadora de Nova York Kathy Hochul e Adams, participaram de uma coletiva de imprensa, a fim de assegurar a cidade de que as escolas estariam seguras para o início das aulas no começo de janeiro, fornecendo mais detalhes sobre o plano de reabrir as escolas em 3 de janeiro.
Segundo o novo plano, somente os alunos expostos a pessoas que testaram positivo serão testados com os testes fornecidos pelo governo do estado ao departamento de educação, a fim de detectar novos casos e mitigar fechamento de escolas. De acordo com o novo plano, a cidade fechará escolas se houver evidência de um surto maior.
“Suas crianças estão seguras nas escolas, os números falam por si mesmo,” declarou Adam durante a coletiva de imprensa.
Por outro lado, a realidade é que escolas estão tendo dificuldade em operar de forma satisfatória, pois professores e funcionários estão afastados por terem testado positivo para o corona vírus. Há também a resistência de alguns pais de alunos de enviarem seus filhos para as escolas. Administradores de escolas estão se virando com a falta de professores e funcionários, juntando salas de aula, dividindo professores que normalmente ensinam a mesma classe, e usando conselheiros escolares como professores para cobrir as aulas. O departamento de educação também está enviando funcionários da escritório para ensinar nas escolas, enquanto alguns professores ensinavam de casa para os alunos que compareceram às escolas. O ensino de conteúdo novo será limitado até que a maioria dos alunos retornem às salas de aula.
Especialistas de saúde pública na cidade explicam algumas possíveis soluções para a reabertura segura das escolas. Uma delas seria fornecer testes e kits de testes para alunos, professore e funcionários, independentemente do status de vacinação. Caso o sistema escolar não tenha acesso a testes, a prefeitura deveria priorizar a comunidade escolar a ser testada locais onde a cidade controla os testes.
“Gostaria de ver todos os professores, estudantes e funcionários tendo livre acesso aos testes necessários,” declarou Denis Nash, professor de epidemiologia do programa de pós-graduação da City University of New York, ao The Gothamist.
O controle do corona vírus deve ser levado mais a sério nas escolas públicas, pois números têm indicado uma média de 73 pacientes pediátricos, devido a COVID-19 nos hospitais da cidade, em contraste com 18 no começo do mês de dezembro. Apesar disso, Hochul assegurou que escolas abrirão logo após os feriados.
“Nós experimentamos com o isolamento e os resultados estão demonstrando que o aprendizado não continuou como esperávamos, e ainda sentimos seus efeitos emocionais,”declarou Hochul.
Ômicron chegou no transporte público em Nova York
A mais recente onda de novos casos de COVID-19, liderados pela nova variante Omicron, está deixando sua marca na força de trabalho do transporte público de Nova York, através de cancelamento e atraso de rotas de metrô e ônibus, devido a falta de aproximadamente 1000 funcionários, por testarem positivo para o corona vírus.
A MTA, empresa que administra o transporte público na cidade, anunciou em suas redes sociais que cortaria serviço em linhas de metrô e ônibus, devido a falta de funcionários. Os cortes foram percebidos já na segunda-feira, 27 de dezembro nas linhas B, C, F e M, além de várias linhas de ônibus. Na primeira segunda-feira do ano, as linhas B, W e Z foram suspensas e havia grandes atrasos para aqueles que retornaram ao trabalho após o feriado prolongado.
Apesar da evidência, o diretor interino da MTA, Janno Lieber, em entrevista de rádio minimizou o problema. “Não é nada comparado com o que estamos ouvindo sobre as companhias aéreas,” brincou Lieber.
A falta de funcionários devido à onda de casos do Omicron faz parte de uma tendência iniciada desde o começo da pandemia, em março de 2020. Com o início da pandemia, o número de pessoas utilizando transporte público caiu drasticamente, causando um rombo nas finanças. Por causa disso, a MTA estabeleceu um congelamento nas novas contratações,
Este congelamento foi eliminado no começo do ano, quando o governo federal enviou recursos para o sistema, através do American Rescue Plan, e o retorno do usuário ao transporte público.
Não se sabe exatamente como a companhia vai lidar com uma possível onda maior de infecções entre a força de trabalho. A companhia já está oferecendo um bônus em dinheiro para funcionários aposentados, caso queiram voltar ao trabalho por alguns meses.
Atualmente, os trabalhadores da companhia não são obrigados a tomar a vacina contra o COVID-19, ao contrário de funcionários do setor privado e sistema de saúde no estado. Essa foi uma decisão tomada pelo governo estadual, a fim de evitar falta de trabalhadores, visto que os funcionários não necessariamente têm proximidade com os passageiros.
“Não podemos criar uma dinâmica onde não haja trens para transportar as pessoas para seus empregos e os trabalhadores da área de saúde aos hospitais,” declarou Hochul durante a coletiva de imprensa do dia 27 de dezembro.
Saiba Como Foi o Réveillon no Times Square
O evento de comemoração de ano novo retornou ao Times Square em 2022. Porém, devido ao elevado número de novos casos de COVID-19, várias modificações foram feita a fim garantir a segurança dos foliões.
De acordo com o novo plano, todos os participantes acima de 5 anos deveriam apresentar prova de vacinação completa (data máxima aceita será 17 de dezembro), acompanhada de identidade com foto, e utilizar a máscara.
A abertura do local para o público foi às 3 da tarde. No passado, as pessoas começavam a chegar pela manhã.
Cerca de 15,000 pessoas participaram, capacidade máxima para o evento. Em anos anteriores, o local conseguia acomodar até 60,000 pessoas.
No ano passado, o evento foi cancelado para o público, mas ocorreram apresentações musicais diante de um número pequeno de trabalhadores essenciais.
No plano original em novembro, o então prefeito Bill De Blasio incluiria indivíduos não vacinados, contanto que estes utilizassem máscara durante todo o tempo. Os novos casos de Corona vírus, liderados pela variante Omicron, levaram à mudança de protocolo. A princípio, o prefeito até considerou cancelar o evento novamente.
“O propósito, claro, é de mantê-lo, por ser tão importante para os Nova Yorkinos e para todo o mundo,” declarou De Blasio.
Além disso, o novo prefeito de Nova York, Eric Adams, não só apoiou a decisão de De Blasio de continuar o evento, como também decidiu transferir a cerimônia de inauguração para o Times Square juntamente com a celebração de ano novo. Inicialmente, sua inauguração seria no Kings Theatre, no Brooklyn.
“Nova York é o melhor lugar no mundo para celebrar o ano novo e agora será o lugar mais seguro contra o COVID também. O prefeito tomou a decisão certa ao tomar precauções, enquanto aprendemos a viver com o COVID e sua mais recente variante Omicron,” declarou Adams.
A decisão também foi celebrada pelo presidente da Times Square Alliance, Tom Harris.
“Aplaudimos a liderança do prefeito De Blasio ao encontrar uma forma de trazer foliões para o Times Square no ano novo de uma forma ainda mais segura do que a planejada originalmente,” declarou Harris.