Quase 20 anos depois, Antonio Geraldo admite que não acreditava na democracia do país
Ex-integrante da Associação de Marinheiros e atuante do grupo armado de Carlos Marighella na década de 60, Antonio Geraldo da Costa foi perseguido pelos militares e deixou o Brasil em direção à Suécia no início dos anos 70. Esta semana, porém, aos 75 anos de idade, ‘Neguinho-tigre’, como era conhecido, voltou ao país natal: ele desembarcou no Aeroporto do Rio de Janeiro, saudado aos gritos como o ‘último exilado da ditadura’.
Antonio recebeu anistia em 2008, mas relutou em voltar e admitiu que não acreditava na democracia brasileira, mesmo depois da anistia política de agosto de 1979. Ele vivia desde 1972 na Suécia, sob falsa identidade, e lá formou sua família – mulher e dois filhos. Como obteve a cidadania sueca com outro nome, ‘Neguinho’ precisou da ajuda dos governos dos dois países para ter sua situação regularizada. “Quero agradecer ao ministro da Justiça, Tarso Genro, por ter mandado uma pessoa daqui para solucionar este problema. Só assim pude obter meu passaporte”, afirmou Antonio, exibindo o documento com um troféu.