Militares ucranianos declararam, nesta terça-feira (7), que as últimas 24 horas foram as mais mortíferas da guerra até agora para as tropas russas. Segundo comunicado, a contagem de mortos russos passou de 1.030 para 133.190 na noite de ontem, atingindo o número mais alto do conflito até agora. A Ucrânia também afirmou que suas tropas destruíram 25 tanques russos nos últimos dois dias.
O relato de inimigos mortos não foi confirmado por Moscou, que nega que suas forças tenham sofrido perdas em tal escala, ao mesmo tempo em que afirma ter matado um grande número de ucranianos, segundo reportou a agência de notícias Reuters. Mas a escalada sem precedentes de baixas se encaixa nos relatos de ambos os lados, que descrevem as batalhas em trincheiras cobertas de neve como o combate mais letal da guerra entre os dois países.
Prestes a entrar no segundo ano de conflito, Moscou tenta avançar na ofensiva, enquanto Kyiv espera os tanques ocidentais para um contra-ataque. Depois de não conseguir capturar Kyiv no ano passado e perder terreno até o segundo semestre de 2022, os russos agora estão fazendo pleno uso de centenas de milhares de soldados convocados nos últimos meses em sua primeira mobilização desde a Segunda Guerra Mundial.
Os combates se concentram há meses em torno da cidade de Bakhmut, controlada pela Ucrânia, com uma população pré-guerra de cerca de 75 mil habitantes, que a Rússia vem tentando cercar. “Os líderes russos provavelmente continuarão a exigir avanços abrangentes. Permanece improvável que a Rússia possa reunir as forças necessárias para afetar substancialmente o resultado da guerra nas próximas semanas”, analisou o Mistério da Defesa da Grã-Bretanha. Segundo eles, os russos “carecem de munições e unidades de manobra necessárias para uma ofensiva bem-sucedida”.
Autoridades ucranianas dizem que Moscou pode estar acumulando armas e reservas para um ataque ainda maior nas próximas semanas. O governador ucraniano da província de Luhansk previu uma grande ofensiva russa que poderia começar por volta de 15 de fevereiro.