O turista americano Mykhailo Viktorovych Polyakov, de 24 anos, foi preso por autoridades indianas no dia 29 de março, devido sua viagem ilegal à Ilha Sentinela do Norte, lar da enigmática tribo Sentinelese. Até o momento, ele não foi acusado de nenhuma infração. Visitar o local é proibido pelas leis da Índia para proteger e preservar o grupo.
De acordo com o chefe do departamento de investigações criminais da polícia local, Jitendra Kumar Meena, apesar de Polyakov ter chegado à ilha, não parece ter feito contato com a tribo Sentinelese. Junto com ele foram apreendidos o telefone e a GoPro de Polyakov, bem como uma garrafa de areia que supostamente foi coletada no local. A polícia disse que o americano afirmou ter deixado duas latas de refrigerante na ilha.
Um porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos declarou à CNN que estão cientes da detenção de um cidadão americano na Índia, mas que não pôde comentar o caso.
Segundo as autoridades indianas, Polyakov planejou a viagem com antecedência, visitando as ilhas Andaman duas vezes antes de viajar para a Sentinela do Norte, que tem aproximadamente do tamanho de Manhattan e está situada no arquipélago de Andaman e Nicobar – cerca de 750 milhas do continente indiano.
Os Sentineleses é uma das tribos mais isoladas do mudo, por isso não há dados oficiais sobre sua população – que pode variar entre dezenas e centenas de pessoas.
Caroline Pearce, diretora da Survival International – organização sem fins lucrativos dedicada à proteção de grupos tribais isolados – , ressaltou que além de imprudente, ações como a de Polyakov coloca em risco não apenas sua própria vida, mas a sobrevivência de toda a tribo. Ela esclarece que povos isolados não têm imunidade para doenças externas comuns, como gripe ou sarampo, o que poderia causar sua extinção.
Em 2018, o missionário americano John Allen Chau teria sido morto pela tribo depois que chegou à Ilha Sentinela do Norte, na esperança de converter a população local ao cristianismo.
