O presidente Donald Trump mudou o discurso na noite de terça-feira (17) e disse que acreditava na versão do presidente Vladimir Putin, de que a Rússia não interferiu na eleição presidencial americana. No dia anterior em encontro com o líder russo, perguntado se acreditava no relatório do FBI concluindo que a Rússia interferiu nas eleições de 2016, Trump disse que Putin foi “forte e poderoso” na negativa, e que não vê “nenhuma razão para a interferência”.
Diante da avalanche que se instalou em seu governo depois das declarações, o presidente disse que se expressou de forma equivocada. Ele afirmou que acredita na conclusão dos serviços de inteligência dos Estados Unidos de que os russos tiveram participação, sim, na eleição de 2016.
Mas num momento de improviso, tropeçou: “Podem ter sido outras pessoas também, tem muita gente mundo afora”. De volta ao roteiro, justificou: “Quando eu disse ‘não vejo por que a Rússia faria isso’, eu quis dizer ‘não vejo motivo por que a Rússia não faria isso’”.
Uma opinião ele não mudou: reafirmou que não houve colaboração da Rússia com a campanha dele.
O presidente do Senado, Mitch McConnell, alertou: “Os russos precisam saber que tem muita gente aqui que sabe o que aconteceu em 2016 e é bom que isso não aconteça de novo em 2018”.
Mesmo afastado por causa de um câncer terminal, o senador John McCain fez questão de dizer: “Foi um dos desempenhos mais lamentáveis de um presidente americano. É difícil calcular o estrago causado pela ingenuidade, pelo ego e pela simpatia que Trump tem por governos autoritários”.
O líder da oposição no Senado, o democrata Chuck Schummer, pediu uma investigação para descobrir o que Trump e Putin discutiram a portas fechadas: “Se ele foi fraco com o presidente Putin em público, foi muito pior a sós”.
A imprensa também criticou Trump mesmo nos estados onde ele venceu a eleição e o “Daily News”, de New York, foi mais longe e acusou o presidente de traição, com uma ilustração de Trump de mãos dadas com Putin e dando um tiro no Tio Sam.
O Partido Republicano de Donald Trump tem hoje a maioria tanto na Câmara como no Senado no Congresso americano. Preocupado com os efeitos negativos da reunião com Vladimir Putin nas eleições legislativas que vão acontecer em novembro, o presidente tentou mudar o foco e disse que a economia dos Estados Unidos está mais forte do que nunca. (Com informações do G1).