O clima foi de tensão entre Republicanos e Democratas na noite de terça-feira (4), durante o tradicional discurso do State of Union (Estado da União) na Câmara dos Deputados. Trump e a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, protagonizaram um momento que chamou a atenção de todos: Trump se recusou a apertar a mão de Pelosi (que ficou nitidamente desconfortável como gesto) e, ao final da cerimônia, ela rasgou a cópia do discurso. A cena simbólica caiu como uma bomba na internet.
Mais tarde, no Twitter, ela provocou o republicano e escreveu: “Os democratas nunca deixarão de estender a mão da amizade para fazer o trabalho pelo povo”. Ela foi a responsável por abrir o inquérito de impeachment contra Trump. Uma fonte afirmou à rede CNN que a atitude não foi planejada, e a um repórter, Pelosi se justificou: “Foi a coisa mais cortês que eu poderia fazer considerando as alternativas”.
No discurso de Estado da União, Trump ignorou o julgamento de impeachment no Senado. Apesar da derrota na Câmara, o presidente tem maioria entre os senadores — o que torna extremamente improvável uma eventual cassação.
De olho na reeleição, reforçou promessas de campanha e comemorou números da economia e ações militares, como a ofensiva que resultou na morte do general iraniano Qassem Soleimani.
“O estado da união é mais forte do que nunca”, disse Trump ao abrir o discurso.
Em um momento que arrancou aplausos, o presidente promoveu — de surpresa — o reencontro de um militar que servia no Afeganistão com a mulher e os filhos. Para Trump, o momento é de “acabar com as guerras no Oriente Médio”.
Em outro raro momento em que foi ovacionado tanto por republicanos quanto por democratas, Trump reforçou apoio ao autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, que estava no Congresso a convite do republicano.
O presidente dos EUA ainda afirmou que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, será destituído e que o regime chavista sofrerá uma ruptura. “Maduro é um governante ilegítimo, um tirano que brutaliza seu povo”, disse Trump sobre o chefe do chavismo venezuelano.
Imigração
Promessa de campanha feita ainda em 2016, o reforço à política migratória foi abordado por Trump durante o discurso. O republicano celebrou o andamento da política de “capturar e expulsar” e as operações na fronteira com o México.
“Meu governo acabou com a política de capturar e libertar. Agora, se você entrar ilegalmente, vai ser pego e rapidamente retirado do país”, assegurou.
Trump prometeu que, no próximo ano, o muro na fronteira com o México será entregue com cerca de 800 quilômetros de extensão. A barreira era uma das principais promessas feitas durante a campanha contra Hillary Clinton há quatro anos.
Além disso, ao abordar a questão da saúde nos EUA — outro tema sensível na corrida à Casa Branca —, Trump criticou os estados que oferecem acesso gratuito ao sistema de saúde a imigrantes clandestinos. (Com informações do G1, Reuters e CNN)