Donald Trump está renovando seus pedidos para que os EUA comprem o território autônomo dinamarquês da Groenlândia.
O presidente eleito originalmente lançou a ideia em seu primeiro mandato ao discutir a perspectiva com seus conselheiros seniores em 2019. Mas ele deixou o cargo sem fazer nenhum movimento para adquirir o território.
Agora, faltando menos de duas semanas para o início de seu segundo mandato, Trump está retomando a ideia – e seu filho Donald Trump Jr. viajou para Nuuk, na Groenlândia, na terça-feira (7), com outros “representantes” do novo presidente dos EUA.
Vários políticos, incluindo a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen, enviaram uma mensagem clara a Trump: “A Groenlândia não está à venda”.
Mas se estivesse, quanto custaria aos EUA?
Alguns dizem que a melhor comparação é olhar para a compra do Alasca pelos EUA da Rússia em 1967. Tanto o Alasca quanto a Groenlândia têm climas frios e árticos, densidade populacional similarmente escassa, posicionamento geográfico estratégico e uma grande quantidade de reservas de petróleo.
Os EUA compraram o Alasca, que tem 586,412 milhas quadradas, por $7.2 milhões. Em dólares de hoje, isso equivale a cerca de $153.5 milhões.
A Groenlândia tem cerca de 1.5 vezes o tamanho do Alasca, com 836 mil milhas quadradas. Portanto, ao aumentar esse preço em 50%, o total chegaria a aproximadamente $230.25 milhões.
Outra métrica é analisar as tentativas ou considerações anteriores de comprar a Groenlândia.
Em 1946, os EUA pensaram em comprar a ilha ártica com $100 milhões em ouro. Isso equivaleria a mais de $1.6 bilhão atualmente.
Esses dois cálculos, no entanto, estão muito abaixo do produto interno bruto da Groenlândia, que era de $3.24 bilhões em dólares americanos em 2021.
Analisando outras compras de terras no passado, os EUA compraram as Ilhas Virgens Americanas da Dinamarca em 1917 por $25 milhões em ouro, o que hoje equivaleria a cerca de $616.2 milhões.
E da França, em 1803, os EUA compraram a vasta Louisiana Purchase, que se estendia do rio Mississippi até as Montanhas Rochosas, por $15 milhões, o que equivaleria hoje a aproximadamente $418.8 milhões.
A resposta geral é que não está claro quanto Trump precisaria desembolsar dos cofres dos Estados Unidos se quisesse ir adiante com a compra da Groenlândia.
E não se sabe imediatamente se o Congresso, por mais favorável que seja a Trump, concordaria com sua proposta de compra.
De acordo com a Constituição dos EUA, o Congresso precisaria aprovar a alocação de dinheiro para qualquer aquisição de novas terras ou territórios.
Depois que surgiram relatos, em agosto de 2019, de que Trump estava avaliando a compra, vários líderes políticos da Groenlândia e da Dinamarca rejeitaram a ideia de uma venda, com alguns chamando-a de “completamente ridícula” ou “piada”.
Quando ficou claro que Trump estava falando sério, a primeira-ministra dinamarquesa Frederiksen disse: “A Groenlândia não está à venda. A Groenlândia não é dinamarquesa. A Groenlândia é groenlandesa”.
Os comentários de Frederiksen fizeram com que Trump cancelasse, em 20 de agosto de 2019, sua planejada visita de Estado à Dinamarca.
Don Jr. esteve na Groenlândia na terça-feira (7) com o fundador da organização conservadora Turning Point USA, Charlie Kirk; Sergio Gor, com quem é coproprietário da Winning Team Publishing; e o novo vice-chefe de gabinete de seu pai para assuntos legislativos, políticos e públicos, James Blair.
Logo após o pouso, ficou claro que Don Jr. não estava lá em uma visita pessoal.
Trump postou no Truth Social: “Don Jr. e meus representantes aterrissando na Groenlândia. A recepção tem sido ótima. Eles, e o Mundo Livre, precisam de segurança, proteção, força e PAZ! Este é um acordo que precisa acontecer. MAGA. FAÇA A GROENLÂNDIA GRANDE NOVAMENTE!
Don também visitou um local para almoçar, onde se reuniu com membros da comunidade em Nuuk, na Groenlândia, e colocou seu pai em uma chamada de viva-voz para que ele pudesse falar diretamente com alguns moradores do território que deseja adquirir.
“Só quero dizer que esse é um lugar muito especial. Ele precisa de segurança para si mesmo, mas também precisa de segurança, e muito, para o mundo”, disse Trump pelo telefone. “O local realmente, você vê as pessoas e os navios navegando, e eles não são os navios certos. Não são os navios que você quer conhecer”.
“Vocês têm uma localização estratégica”, acrescentou Trump.
“Portanto, precisamos de segurança – nosso país precisa dela e o mundo inteiro precisa dela”, concluiu ele, sob aplausos dos que estavam ouvindo a ligação.
