É tenso o clima entre o presidente Donald Trump e líderes iranianos depois do ataque americano que causou a morte de Qassem Soleimani na última semana.
Trump voltou neste domingo (5) a ameaçar o Irã de ataques caso o país busque vingança pela morte do general. No Twitter, ele disse que pode revidar “talvez de forma desproporcional” se algum americano for atingido pelo país persa.
“Esses posts servem como uma notificação ao Congresso dos Estados Unidos de que se o Irã atacar qualquer pessoa ou alvo dos EUA, os Estados Unidos vão rapidamente e com toda a força atacar de volta, e talvez de uma maneira desproporcional. Esse aviso legal não é necessário, mas está sendo dado mesmo assim”, escreveu.
Na véspera, Trump havia afirmado que os EUA têm 52 alvos iranianos na mira, “alguns deles de alto nível e grande importância” para o país. Ele enalteceu o poderio militar americano e o investimento de $2 trilhões em equipamentos do setor, e disse que pode atacar o Irã “com mais força do que nunca”.
“Dias escuros”
A filha do general iraniano Qassem Soleimani afirmou nesta segunda-feira (6) que a morte de seu pai “trará dias mais escuros” para os Estados Unidos e Israel. A declaração foi dada diante de uma multidão em Teerã, capital do Irã, durante o funeral do militar que foi assassinado em um ataque de drones americanos em Bagdá (Iraque).
Em seu discurso diante da multidão que se reuniu perto da Universidade de Teerã, Zeinab Soleimani afirmou que o “plano maligno” do presidente americano, Donald Trump, de causar separação entre o Iraque e o Irã, falhou.
“Trump, seu jogador compulsivo, seu plano maligno de causar separação entre o Iraque e o Irã com seu erro estratégico de assassinar Qasem Soleimani e Abu Mahdi Al-Muhandis [líder da milícia iraquiana] falhou e só causou unidade histórica entre as duas nações e provocou seu ódio eterno pelos Estados Unidos “, disse Zeinab.
Entenda o conflito
O general Qasem Soleimani e sua comitiva foram alvos de um ataque com drones perto do aeroporto de Bagdá, no Iraque, na quinta-feira (2).
Soleimani, de 62 anos, comandava a Força Quds, uma unidade de elite da Guarda Revolucionária Iraniana com atuação no exterior e era considerado o segundo homem mais poderoso do Irã, abaixo apenas do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.
Os Estados Unidos, que classificam Quds como uma força terrorista, acusaram Soleimani de estar “ativamente desenvolvendo planos para atacar diplomatas americanos e membros do serviço no Iraque e em toda a região”.
Soleimani era apontado como o cérebro por trás da estratégia militar e geopolítica do país.
O Irã prometeu se vingar da morte de Souleimani e, em resposta, Trump disse que atacará 52 alvos iranianos caso os norte-americanos sejam alvo de alguma ação iraniana. (Com informações do G1 e AFP)