“É hora de Joe Biden renunciar pelo infortúnio que permitiu que acontecesse ao Afeganistão, junto com o tremendo aumento da COVID, a catástrofe da fronteira, a destruição da independência energética e nossa economia paralisada”, escreveu o ex-presidente republicano em comunicado amplamente compartilhado pelos seus seguidores nas redes sociais.
Trump teve seus perfis nas mídias sociais excluídos permanentemente em janeiro passado, após fazer acusações de que as eleições de 2020 haviam sido fraudadas e incitar ataques violentos ao Capitólio no episódio de 6 de janeiro, que resultou nas mortes de seis pessoas.
“Deve ser fácil [renunciar] já que ele não foi eleito legitimamente”, sugeriu Trump nas declarações feitas no domingo (15).
Biden está sendo criticado por adversários e aliados pela decisão de retirar as tropas americanas que estavam há 20 anos do Afeganistão.
O plano de retirar o exército americano do país islâmico, entretanto, teve início em fevereiro de 2020, ainda no governo Trump. Na época, o então presidente assinou um acordo em Doha, no Catar, com lideranças do Talibã, que previa a retirada dos soldados americanos daquele país.
Em troca, o Talibã se comprometeu a combater a Al-Qaeda e qualquer outro grupo extremista que tenha presença no Afeganistão.
Na segunda-feira (16), Biden reafirmou em discurso proferido desde a Casa Branca que tomou a decisão certa: “Nossa missão nunca foi reconstruir o país. Vamos continuar ajudando no que for possível, mas não podemos mais sustentar essa situação”, disse o democrata.
O presidente afegão, Ashraf Ghani, fugiu no domingo (15), quando os militantes islâmicos entraram em Cabul dizendo que iriam evitar o derramamento de sangue. Os EUA e outras potências estrangeiras correram para seus retirar diplomatas e fechar Embaixadas.
Suhail Shaheen, porta-voz do Talibã, disse em uma mensagem no Twitter que seus combatentes estavam sob ordens estritas de não ferir ninguém. “A vida, a propriedade e a honra de ninguém deve ser prejudicadas, mas devem ser protegidas pelos mujahidin”, disse.
Os EUA invadiram o Afeganistão semanas depois dos ataques de setembro de 2001 em New York pelo grupo Al-Qaeda baseado no Afeganistão.