O presidente Donald Trump ordenou, na noite de terça-feira (31), que se “endureça” os vetos a cidadãos estrangeiros depois de ser divulgado que o autor do atentado que deixou oito mortos em New York é um imigrante do Uzbequistão. Ele também criticou a loteria de vistos e defendeu que as autorizações de permanência no país sejam concedidas por “mérito”.
Sayfullo Saipov, um uzbeque de 29 anos identificado como o autor do ataque, conseguiu visto para morar nos EUA pela Loteria Diversidade de Vistos, que funciona por meio de um sorteio e foi criada em 1990.
Nesta quarta (1º), também no Twitter, Trump criticou o sistema americano de concessão de vistos, culpando os Democratas e colocando pressão sobre o programa de “loteria de vistos”, que forneceu a autorização de permanência para o autor do ataque.
“O terrorista veio para o nosso país através do que é chamado de ‘Programa Loteria de Vistos de Diversidade’, um presente de Chuck Schumer. Eu quero (um programa) baseado em mérito”, afirmou, se referindo ao líder democrata no Senado.
“Acabo de ordenar ao [Departamento de] Segurança Nacional que endureça nosso programa de vetos, que já é extremo. Ser politicamente correto é bom, mas não para isto!”, afirmou o presidente em uma mensagem no Twitter.
Trump não disse quais medidas serão tomadas e, até a manhã de quarta-feira (1º), a Casa Branca não tinha divulgado detalhes.
Pouco antes, o presidente tinha se referido ao Estado Islâmico (EI) em outra mensagem, apesar do grupo terrorista não ter reivindicado, por enquanto, o ataque em Nova York. “Não devemos permitir que Estado Islâmico volte, ou entre, em nosso país depois de derrotá-los no Oriente Médio e em outros lugares”, afirmou Trump.
O governador de NY, Andrew Cuomo, disse que o autor do ataque estava vinculado ao Estado Islâmico e se radicalizou nos EUA, segundo a France Presse.
O ataque
O ataque deixou oito mortos e 11 feridos, na terça-feira (31), depois que Sayfullo Saipov, um imigrante uzbeque de 29 anos, avançou sobre pedestres e ciclistas no centro de New York. O homem teria dois endereços nos Estados Unidos – um na Flórida e outro em New Jersey.
Após atropelar o grupo de pessoas que passava por um trecho da ciclovia que fica próximo do memorial do World Trade Center, no sul de Manhattan, ele gritou “Alá é grande”, em árabe, ao sair do veículo, segundo relato de testemunhas. Ele portava uma arma de paintball e outra de ar comprimido. Logo após o ataque, ele foi baleado pela polícia e detido. De acordo com a CNN, Saipov deixou um bilhete dizendo pertencer ao grupo radical.
O local do ataque é bastante simbólico já que está perto de onde ficavam as Torres Gêmeas, destruídas por integrantes da Al Qaeda no atentado de 11 de setembro de 2001, que deixou cerca de 3 mil mortos.
Vítimas
Entre os mortos, estão cinco argentinos e uma belga. As vítimas foram identificadas pelo Ministério de Relações Exteriores argentino como Hernán Diego Mendoza, Diego Enrique Angelini, Alejandro Damián Pagnucco, Ariel Erlij e Hernán Ferruchi. Além deles, Martín Ludovico está entre os feridos e está internado. Entre os feridos, estão ainda três belgas, mas os nomes ainda não foram divulgados. (Com informações do G1 e agências internacionais).