A companheira de um policial morto durante os ataques ao Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro de 2021 entrou com processo contra o ex-presidente Donald Trump por homicídio culposo. Sandra Garza, que mantinha um relacionamento estável com o agente Brian Sicknick, afirma que a morte de seu parceiro foi “uma consequência direta e previsível” das palavras de Trump naquele dia.
Ela também atribui responsabilidade a Julian Elie Khater e George Pierre Tanios, dois homens acusados de agredir Sicknick com spray químico durante a invasão. A ação aberta na quinta-feira, 5 de janeiro, no U.S. District Court, em Washington, ocorreu um dia antes do segundo aniversário do incidente na sede do Congresso americano. Os advogados de Sandra pedem $10 milhões de dólares em danos a cada um dos acusados.
Sicknick trabalhava na linha de frente da guarda que fazia a proteção dos parlamentares que atuavam na certificação da vitória de Joe Biden na eleição presidencial. Uma multidão pró-Trump tentou evitar a confirmação no Colégio Eleitoral e praticou atos violentos.
Segundo o processo judicial, Sicknick foi violentamente agredido e, mais tarde naquela noite, sofreu dois derrames e morreu no dia seguinte. Ele tinha 42 anos. “Trump intencionalmente incentivou e dirigiu seus apoiadores contra todos que se opunham a eles”, diz a denúncia.
Um painel da Câmara de Representantes dos EUA liderado pelos democratas pediu aos promotores federais que acusem Trump de obstrução e insurreição. O pedido feito em dezembro passado marcou a primeira vez que o parlamento dos EUA encaminhou um ex-presidente para processo criminal. A defesa de Donald Trump ainda não se manifestou sobre o assunto.
Em setembro de 2022, os outros dois indivíduos citados na peça judicial, Khater e Tanio, se declararam culpados de agredir policiais durante a violação. Ambos aguardam sentença.