O ex-presidente Donald Trump está enfrentando críticas, tanto de democratas quanto de colegas republicanos, após fazer comentários dizendo que imigrantes estão “envenenando o sangue do país”. “Ocorre-me que isso não o incomodou quando nomeou Elaine Chao secretária de transportes”, disse o líder da minoria no Senado, o republicano Mitch McConnell, na terça-feira (19). McConnell é casado com Chao, que imigrou de Taiwan para os EUA quando criança. As críticas do Partido Republicano surgem depois de a campanha de Biden ter comparado os comentários de Trump com os de Adolf Hitler, que também usou linguagem de “envenenamento do sangue” no seu manifesto “Mein Kampf”.
Trump fez o comentário pela primeira em um discurso em New Hampshire, no sábado (16), e depois reforçou a ideia em uma postagem na mídia social Truth Social. “Eles envenenam instituições psiquiátricas e prisões em todo o mundo, não apenas na América do Sul, não apenas em três ou quatro países em que pensamos, mas em todo o mundo. Eles estão vindo para o nosso país vindos da África, da Ásia, de todo o mundo”, escreveu. O ex-presidente redobrou o comentário em um evento de campanha em Waterloo, Iowa, na noite de terça-feira. Referindo-se às passagens ilegais da fronteira, Trump disse repetidamente: “Eles estão destruindo o sangue do nosso país”.
O porta-voz da campanha de Biden, Ammar Moussa, disse no fim de semana que Trump “revelou seus modelos enquanto papagueava Adolf Hitler, elogiava Kim Jong Un e citava Vladimir Putin enquanto concorre à presidência com a promessa de governar como um ditador e ameaçar a democracia americana”.
Trump rejeitou as críticas na terça-feira, dizendo “Nunca li Mein Kampf”. Alguns republicanos rejeitaram as críticas em torno dos comentários de Trump. “Estamos falando sobre linguagem. Eu não poderia me importar menos com a linguagem que as pessoas usam, desde que a entendamos corretamente”, disse a senadora Lindsey Graham, de South Carolina, no programa “Meet the Press”, da NBC.