O presidente Donald Trump anunciou, na manhã desta sexta-feira (15) nos jardins da Casa Branca, que declarou emergência nacional para conseguir o dinheiro necessário para a construção do muro na fronteira com o México. Na prática, a declaração dá a Trump a permissão para usar fundos federais sem aprovação do Congresso.
“Queria ter construído esse muro antes, não consegui, mas vamos construir agora”, disse o presidente. “Já sabemos que vai ser uma batalha com os Democratas e que vamos acabar na Suprema Corte”.
Trump deve assinar ainda nesta sexta-feira (15) o acordo bipartidário para evitar um novo shutdown.
O presidente queria incluir $5,7 bilhões para a construção do muro fronteiriço na lei, mas os democratas, que têm maioria na Câmara dos Deputados, se recusaram, fazendo o mandatário optar pela declaração de emergência.
“Todo mundo sabe que muros funcionam”, afirmou Trump, que justificou a medida dizendo que há “tremendas” quantidades de drogas entrando nos EUA pela fronteira com o México. Ele também levou familiares de pessoas que foram mortas por imigrantes para a plateia de seu discurso.
Trump apontou que muros que já existem em locais como El Paso, no Texas, funcionam, mas que criminosos acabam dando a volta nesses muros, por isso é necessário fazer uma barreira maior. Estatísticas mostram, no entanto, que a criminalidade não diminuiu devido à cerca na cidade de El Paso.
“Não vamos rasgar a Constituição”
A líder da oposição e presidente da Câmara, Nancy Pelosi, já antes de Trump concretizar a medida, negou que haja uma emergência na fronteira sul dos EUA e afirmou que tomará medidas judiciais para reverter a decisão de Trump. “Não vamos rasgar a Constituição”, disse Pelosi.
Enquanto Trump ainda respondia a perguntas de jornalistas no jardim da Casa Branca, a procuradora-geral de New York, Letitia James, afirmou que vai recorrer à Justiça. “Declarar emergência nacional sem uma causa legítima criará uma crise constitucional”, disse em comunicado. “Não vamos tolerar esse abuso de poder e vamos combatê-lo com todas as medidas legais a nossa disposição”.
No final de seu discurso, o presidente disse já saber que provavelmente o tema será disputado na Justiça, indo parar na Corte Suprema, onde espera ganhar.
O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, disse que apoiará a emergência de Trump. No início deste mês ele alertou Trump dizendo que declarar uma emergência poderia dividir os republicanos do Senado, noticiou o “Washington Post”. (Com informações da CNN e G1).