O presidente Donald Trump anunciou na terça-feira (14) que vai ordenar a suspensão do envio de verbas para a Organização Mundial de Saúde (OMS). Ele acusa a organização de lidar de forma inadequada com a pandemia de coronavírus.
Há uma semana, Trump havia ameaçado cortar a verba durante uma entrevista coletiva, reclamando que a OMS poderia “ter avisado antes” sobre o perigo do coronavírus. Horas antes, ele havia postado uma mensagem se queixando que a organização dava muita atenção à China.
“Hoje estou instruindo minha administração a interromper o financiamento da OMS enquanto uma revisão é conduzida para avaliar seu papel (da OMS) na severa má administração e no encobrimento da disseminação do coronavírus”, disse.
Ainda segundo Trump, a OMS tem problemas “do tipo que ninguém acreditaria” e a revisão deve levar de 60 a 90 dias.
Ele diz que, ainda em dezembro de 2019, havia “informações críveis” de que o vírus seria transmissível de uma pessoa para outra, mas que a OMS desprezou a gravidade da ameaça e não respondeu de maneira apropriada. “Tantas mortes foram causadas por seus erros”, afirmou o presidente americano.
“Por enquanto, redirecionaremos a saúde global e trabalharemos diretamente com outras pessoas. Toda a ajuda que enviarmos será discutida em cartas muito, muito poderosas e com grupos muito poderosos e influentes e grupos inteligentes”, acrescentou.
Diretor-geral da OMS lamenta decisão
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou nesta quarta-feira (15) que lamenta a decisão dos Estados Unidos de cortar financiamento à entidade.
“Lamentamos a decisão do presidente dos Estados Unidos de ordenar uma suspensão no financiamento à OMS”, disse Ghebreyesus.
“A Covid-19 não discrimina entre nações ricas e pobres, nações grandes e pequenas. Não discrimina entre nacionalidades, etnias ou ideologias. Nem nós. Este é um momento para todos nós estarmos unidos em nossa luta comum contra uma ameaça em comum. Quando estamos divididos, o coronavírus explora as divisões entre nós”, disse Tedros.
Outros países também criticaram ou lamentaram a decisão dos EUA. O governo chinês disse estar “profundamente preocupado” com o corte de verbas, e o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, também criticou a decisão dos Estados Unidos. (Com informações do G1 e AFP)