O presidente Donald Trump disse, nesta terça-feira (21), durante entrevista coletiva que realiza diariamente sobre o coronavírus na Casa Branca, que a ordem executiva para barrar a imigração vai afetar a emissão de green cards por 60 dias.
Na segunda-feira (20), Trump prometeu assinar uma ordem executiva para suspender temporariamente a imigração aos EUA de maneira geral, mas acabou mudando o discurso. O motivo, disse ele, é a luta contra o novo coronavírus — a quem o presidente chamou de “inimigo invisível” — e a necessidade de proteger os empregos no país.
Trump voltou atrás e não vai suspender a emissão de vistos de trabalho temporários. Fontes ligadas à Casa Branca disseram que o presidente desistiu de incluir trabalhadores estrangeiros porque empresários do setor argumentam que precisam de mão-de-obra estrangeira na indústria e agricultura principalmente.
Trump reforçou que avaliará a medida de acordo com os efeitos no emprego e no combate à Covid-19. “Esta pausa em novas imigrações vai também ajudar a conservar recursos médicos vitais para cidadãos norte-americanos”, disse Trump.
Segundo Trump, a medida não se aplica a pessoas que entram nos Estados Unidos por período temporário — a decisão vale, portanto, a quem tenta residência permanente. “Seria errado e injusto para os americanos demitidos pelo vírus se eles fossem trocados por força de trabalho imigrante”, justificou Trump.
Na opinião da advogada de imigração Renata Castro, o presidente causou um grande avoroço na segunda-feira, mas a decisão na prática não muda muita coisa. “As entrevistas de green card já estão suspensas por causa do coronavírus. Penso que ele tentou fazer algo de maior impacto no que diz respeito à imigração, mas acabou não fazendo tanta diferença”, comenta a advogada.
Ela ressalta, no entanto, que as pessoas devem se apressar ao dar entrada em processos imigratórios. ” Os escritórios de imigração estão funcionando e as pessoas devem agir o quanto antes. Se você tem que enviar evidências para o USCIS, envie agora. O momento é de agir, mas não é para entrar em pânico”, ressalta a advogada.