Ao que tudo indica, o comentário racista proferido pelo tricampeão de Fórmula 1 Nelson Piquet ao se referir ao piloto inglês Lewis Hamilton trará consequências sérias para o brasileiro. Segundo informações de um jornalista especializado, a cúpula da modalidade mais importante do automobilismo planeja proibir a entrada de Piquet no Paddock durante as provas e treinos oficiais. Além de convidado especial para as corridas pelo seu retrospecto e importância no esporte, ele é o sogro do atual campeão mundial de F-1, Max Verstappen, e também por isso figura constante nos fins de semana de atividades da categoria.
A controvérsia começou quando, numa entrevista em vídeo para um canal do Youtube, Piquet chamou o heptacampeão Hamilton de “neguinho”, ao comentar uma manobra. Na verdade, ele usou o termo em duas situações durante a conversa. O fato viralizou e não passou despercebido – as críticas vieram de todos os lados: a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), a Mercedes (equipe de Hamilton) e outras personalidades e entidades ligadas ao esporte foram duros ao comentar o caso e condenaram a fala discriminatória.
Alvo da difamação racista, o inglês citou em suas mídias sociais a “mentalidade arcaica” da sociedade e, mais do que polemizar, preferiu incentivar os seus mais de 40 milhões de seguidores na luta pela mudança da realidade: “Não há lugar para isso no esporte. Chegou a hora da ação”, disse o piloto. Mas Hamilton não deixou de, ironicamente, dar o troco e repostou um tweet onde alguém que disse “Quem é Piquet?”.
Diante da situação, o brasileiro emitiu um comunicado pedindo desculpas pelo ocorrido: “O que eu disse foi mal pensado”. No entanto, Piquet acrescentou que o termo é amplamente usado no Brasil para se referir a alguém de forma coloquial. “Um sinônimo de “cara” ou “pessoa”, e nunca tive a intenção de ofender ninguém”, argumentou.
Em sua carreira, Piquet sempre foi polêmico e conquistou fãs e desafetos com a mesma facilidade, muito em função de seu jeito sincero de expressar opiniões. Mas, nos últimos anos, havia sumido da mídia e apareceu somente quando foi o motorista do Rolls-Royce presidencial de Jair Bolsonaro, numa cerimônia de hasteamento da Bandeira Nacional, em 2019.