De um lado, San Francisco 49ers. De outro Kansas City Chiefs. Duelo nunca visto antes em um Super Bowl, que determinará quem será o vencedor do LIV Super Bowl. A expectativa é enorme e Miami vai ferver com torcedores dos dois times que devem invadir o sul da Flórida para participar do maior evento esportivo do esporte americano.
O Kansas City Chiefs esteve na final do primeiro Super Bowl e foi derrotado pelo Green Bay Packers no Los Angeles Memorial Coliseum no dia 15 de janeiro de 1967. Depois conquistou seu único título no Tulane Stadium em New Orleans ao derrotar o Minnesota Vikings no dia 11 de janeiro de 1970. Ou seja, a equipe de Missouri pode voltar a conquistar o título mais cobiçado da NFL meio século depois de ter gritado “É campeão!”.
Para isso, confia na experiência do técnico Andy Reid, que já faz por merecer vencer um Super Bowl. Esta é a primeira vez que ele chegou à grande final. E pretende sair vitorioso, evidentemente. Para obter sucesso na empreitada, ele conta com um elenco de primeira.
O quarterback Patrick Mahomes é a grande esperança do Kansas City Chiefs. Jovem, ganhou a posição que pertencia ao famoso Alex Smith, e tem sido um dos destaques do time. Ele reúne agilidade, capacidade de se livrar e precisão nos passes. E declarou que o forte da equipe é saber vencer de diferentes maneiras.
Além dele, há os velocistas Sammy Watkins e Tyreek Hill como wide receivers, a segurança de Tyrann Mathieu, Terrel Suggs e Chris Jones na defesa, o running back Damien Williams que sabe como rasgar defesas e a força e boa colocação do tight end Travis Kelce.
Poder californiano pela frente
Mas os torcedores do Kansas City Chiefs sabem que a tarefa não é fácil. Afinal, o adversário será o San Francisco 49ers – esta é a sétima final do clube da Califórnia, tendo vencido cinco vezes (1982, 1985, 1989, 1990, 1995) e perdido para o Baltimore Ravens em 2012.
Moradores da baía de San Francisco estão com sorte. Depois de comemorar muitos títulos da NBA com Golden State Warriors, chegou a vez de vibrar com o time deles na final da NFL. No comando do time está Kyle Shanahan, filho do lendário Mike Shanahan, que pode se tornar um dos mais jovens técnicos a conquistar um Super Bowl.
O quarterback é Jimmy Garoppolo, que era reserva de Tom Brady no New England Patriots e agora é titular da equipe californiana. Além de Garoppolo, os destaques são o tight end George Kittle, o cornerback Richard Sherman, os wide receivers Emmanuel Sanders, Deebo Samuel e Marquise Goodwin, o running back Raheem Mostert e os defensive end Nick Bosa e Dee Ford.
Injeção na economia do sul da Flórida
A vinda de torcedores e celebridades a Miami vai injetar muito dinheiro na economia do sul da Flórida. Afinal, eles ficarão na região dispostos a gastar em restaurantes, night clubs e outras atrações. Os comerciantes não conseguem conter o sorriso de felicidade. Aliás, a rede hoteleira de Miami não tem mais quartos disponíveis e a consequência ruim é piorar o já complicado tráfego da região.
Fazia tempo que Miami não sediava o Super Bowl. Agora, o Hard Rock Stadium é o palco principal do evento. Quem quiser assistir ao espetáculo, marcado para 6:30 PM tem de desembolsar $4.280 pelo ingresso mais barato ou $16.500 pelo direito de ocupar os melhores lugares do estádio.
Aqueles que gostam de ver os shows do intervalo poderão assistir ao show de duas cantoras latinas: Shakira e Jennifer Lopez. Faz sentido, uma vez que Miami capitaliza o clima latino nos Estados Unidos. Já as companhias que quiserem mostrar seus produtos e/ou serviços nas janelas de anúncios do Super Bowl estão pagando $5.6 milhões por um comercial de 30 segundos.
Quem ficar em casa, pode reservar cervejas, tacos, hambúrgueres e churrasco e assista o jogo ao vivo pela Fox Sports. É um bom programa para a noite de domingo.
Tributo a Kobe Bryant
Noticiar a morte de alguém tão jovem – e cheio de vida – é sempre uma tarefa inglória. Sobretudo quando esta pessoa atinge status de superstar. Para mim, fã de quase todas modalidades esportivas, é particularmente dolorido quando a pessoa é alguém que marcou sua vida como um dos grandes. É assim que me senti ao ouvir, pelo rádio a notícia da morte de Kobe Bryant em um acidente com helicóptero na Califórnia, juntamente com sua filha mais velha, Gianna, e outras sete pessoas – o piloto e outros seis passageiros, que acompanhavam o craque.
A notícia recebida no rádio do carro em plena I 95 me fez relembrar grandes jogadas realizadas pelo craque do Los Angeles Lakers, o único clube pelo qual atuou na NBA, tanto com a camisa número 8 como com a camisa 24 – ambas, aliás, serão aposentadas pelo clube californiano em honra de um dos maiores craques que já usou a lendária camisa do Los Angeles Lakers.
Não vou comentar detalhes sobre o acidente. Para mim, isto é irrelevante. Prefiro ficar com as imagens que marcaram sua incrível carreira vencedora. Ele foi um dos maiores vencedores da NBA em 20 anos de carreira. Graças à isto, se tornou um ícone do basquetebol mundial. Tanto é verdade que a NBA decidiu substituir seu logo em homenagem a Kobe Bryant. Para quem não sabe, o logo da NBA é baseado em um movimento de condução de bola de Jerry West, um dos grandes craques da liga e coincidentemente também ex-astro do Los Angeles Lakers. Portanto, uma lenda substituirá outra, pois a principal liga de basquete do mundo usará um movimento de Kobe Bryant como sua marca em breve. E, claro, ele será homenageado com sua escolha para o Hall of Fame, panteão dos craques que marcaram época durante suas carreiras.
Títulos e carreira
“Por 20 temporadas, Kobe nos mostrou o que pode ser possível quando um talento descomunal se funde com uma mentalidade de vencedor”, comentou o principal executivo da NBA, Adam Silver: “Ele foi um dos mais extraordinários jogadores da história com grandes realizações: cinco campeonatos da NBA, um prêmio de MVP, 18 escolhas para NBA All-Star, e duas medalhas de ouro olímpicas. Mas será lembrado mais ainda por inspirar pessoas em todo mundo ao escolher uma bola de basquete para competir ao seu nível mais alto. Era generoso em razão de sua sabedoria adquirida e vislumbrava como sua missão compartilhá-la como as gerações futuras de jogadores, dando atenção especial ao transmitir seu amor pelo esporte à Gianna.”
Nascido em 23 de agosto de 1978 na Philadelphia, Kobe Bean Bryant recebeu o nome de Kobe por causa do valorizado bife japonês. Filho do ex-jogador da NBA Joe “Jellybean” Bryant, Kobe mudou-se para a Itália com a família na temporada de 1983-84. Ele adorou viver naquele país europeu e até mesmo se aventurou no futebol, enquanto jogava pela equipe juvenil do Pallacanestro Reggiana (clube onde seu pai jogou por alguns anos).
De volta aos Estados Unidos, ele seguiu os passos de Kevin Garnett e outros e desistiu de ir para a universidade e foi direto para o NBA Draft. O lendário Jerry West (olha ele aí de novo!) era o gerente geral do Los Angeles Lakers havia trabalhado com Kobe e como grandeza reconhece grandeza West queria Bryant. Selecionado no drafting pelo Brooklin Nets, West conversou com John Calipari e armou uma troca com o Charlotte Hornets, enviando Vlade Divac para o time de North Carolina. Bem, a história se encarregou de mostrar que Jerry West acertou em cheio!
Os anos turbulentos nos campeonatos com Shaq e Kobe
Durante algumas temporadas, enquanto Kobe amadurecia e o Lakers trabalhava para encontrar o ponto de equilíbrio exato em torno deles, Kobe e Shaq batalhavam pelo controle do vestiário (Shaq venceu esta batalha) embora a equipe nunca tenha alcançado seu potencial na quadra. Na temporada de 1999-2000, o clube californiano trouxe Phil Jackson e seu triângulo ofensivo e tentou maximizar seu time talentoso. Ele conseguiu — embora na ocasião o que Jackson realmente fez naquela primeira temporada foi melhorar consideravelmente a defesa e isto foi suficiente (a postura ofensiva veio depois).
Kobe e Shaq continuaram a se bicar, mas, juntos, ganharam três títulos consecutivos da NBA. Na quadra, formaram a combinação perfeita entre presença e perímetro no garrafão naquele momento. Porém, sempre Kobe criticava o compromisso de Shaq (como aparecer fora de forma na reapresentação do time) e Shaq adorava zoar Kobe, sempre sério. A combinação da vitória, mais a mediação e os jogos mentais de Jackson, conseguiu manter o balanço do poder… até que não pôde mais.
Depois de 2004 e derrota na final para o Detroit Pistons, Kobe se tornou um agente livre e o Lakers teve de escolher entre os dois craques. Sabiamente, escolheram Kobe e negociaram Shaq com Miami Heat.
No ano seguinte, os Lakers bateriam Orlando Magic de Dwight Howard nas finais da NBA. Em seguida, Kobe e companhia conseguiriam sua vingança sobre o Boston Celtics (para quem haviam perdido em outra final), dando a Kobe seu quinto anel da NBA (e o segundo MVP das Finais consecutivo). Em 2008 e 2012, Kobe desempenhou um papel fundamental para o Team USA quando ganhou suas medalhas de ouro olímpicas. Em um time lotado de talento, Kobe procurou o técnico Mike Krzyzewski e pediu para assumir as tarefas mais duras no sistema defensivo — estava dando um exemplo que terminou na quadra. Funcionou.