Em menos de um mês, duas empresas de importação de plywood –madeira compensada usada na construção- foram proibidas por autoridades judiciais da Flórida de comercializarem produtos com origem no Brasil.
A primeira ação foi impetrada no último dia 24 de maio pelo juiz Roy Altman, de Fort Lauderdale, contra a PFS-TECO. De acordo com o magistrado, as placas de madeiras brasileiras não atendem aos padrões PS1 de qualidade exigidos nos EUA. O juiz acusa a PFS-TECO de mentir para obter a certificação PS1 de forma ilegítima, sem que os requisitos sejam todos atendidos.
A outra empresa que será obrigada a banir o produto brasileiro é a Forestwood Industries, que tem sede em Maryland e filial em Miami-Dade. Neste caso, o processo pedindo a suspensão da compra e venda do plywood do Brasil foi aberto pela U.S. Structural Plywood Integrity Coalition na terça-feira (14). O grupo também alega que a madeira compensada trazida do país sul-americano está fora dos padrões de segurança dos EUA. A preocupação teria surgido após um prédio em Miami-Dade ter enviado um memorando à Plywood Integrity Coalition alertando contra o uso dos painéis de madeira adquiridos pela Forestwood Industries. “O material apresentou falhas maciças durante testes realizados por técnicos e engenheiros”, diz o memorando. A empresa ainda pode apresentar defesa.
O plywood brasileiro é geralmente vendido a um preço mais baixo do que os fabricados nos EUA e representa 11% da oferta do material em todo o país. As placas de madeira são regulamente usadas nos esforços de reconstrução pós-furacões na Flórida e também em Porto Rico. Com o bloqueio judicial, além de interromper a importação e revenda das peças, as duas companhias terão que informar aos clientes que já compraram o produtos dos riscos associados ao seu uso. Se não obedecerem, um multa diária pode ser aplicada.