As questões econômicas e políticas mais importantes nos Estados Unidos são os níveis extraordinários de desigualdade de renda e riqueza, assinalou o senador democrata Bernie Sanders em artigo no jornal britânico The Guardian publicado na semana passada.
Sanders, que foi pré-candidato de seu partido à Presidência da República, mas perdeu a indicação para Joe Biden, levantou sérias preocupações sobre a crescente concentração de propriedade, o declínio de longo prazo da classe média americana e a evolução dos Estados Unidos para uma oligarquia.
“Agora temos mais desigualdade de renda e riqueza do que em qualquer outro momento nos últimos cem anos. No ano de 2022, três multibilionários possuem mais riqueza do que a metade inferior da sociedade americana (160 milhões de americanos). Hoje, 45% de toda a nova renda vai para o 1% do topo, e os CEOs de grandes corporações ganham um recorde de 350 vezes o que seus funcionários ganham”, disse.
No Brasil, seis bilionários têm uma riqueza equivalente ao patrimônio dos 100 milhões mais pobres do país. Os 5% mais ricos detêm a mesma fatia de renda dos demais 95%, segundo levantamento da ONG Oxfam divulgado em 2018.
“Hoje”, prosseguiu o senador, “metade do nosso povo vive de salário em salário, e milhões lutam com salários de fome. Apesar de uma vida inteira de trabalho, metade dos americanos mais velhos não tem economias e não tem ideia de como poderão se aposentar com dignidade, enquanto 55% dos idosos estão tentando sobreviver com uma renda inferior a $25 mil por ano”, acrescentou.