DA REDAÇÃO, COM SUNSENTINEL – O casal James e Kimberly Snead abrigou o atirador da escola de Parkland, Nikolas Cruz, por três meses, desde quando a mãe do jovem morreu vítima de pneumonia. Na última quarta-feira (14), Nikolas invadiu uma escola em Parkland e matou 17 pessoas com um rifle AR-15.
A mãe de Nikolas Cruz morreu em novembro, em decorrência de uma pneumonia. No final daquele mês, Nikolas Cruz se mudou para Parkland e foi morar com James e Kimberly Snead. De acordo com o jornal SunSentinel, o jovem era amigo do filho do casal.
“Eu disse que existiriam regras e ele seguiu todas as regras”, afirmou o analista de inteligência militar James Snead, de 48 anos, ao jornal . “Nós tínhamos este monstro vivendo debaixo do nosso teto e não sabíamos”, afirmou a enfermeira Kimberly, de 49 anos. “Não vimos este lado dele”.
Depois do ataque armado, as autoridades apuraram que o jovem já havia sido investigado por postagens de conteúdo violento na internet. Colegas de escola ressaltaram que Cruz era fanático por armas e era conhecido por posar com elas nas redes sociais.
O casal descreveu o jovem como alguém que aparentemente cresceu sem a obrigação de realizar tarefas comuns. Não sabia cozinhar, lavar roupa, recolher suas coisas ou até mesmo usar o micro-ondas.
“Era muito ingênuo. Não era estúpido, apenas ingênuo”, afirmou James Snead.
Expulso da escola por indisciplina, o rapaz tinha hábitos considerados “incomuns” pela família, como colocar um cookie de chocolate em um sanduíche de queijo e ir para a cama às 20h. Parecia solitário e queria ter uma namorada, mas estava deprimido pela morte da mãe, segundo o casal.
Kimberly Snead levou Cruz a um terapeuta apenas cinco dias antes do tiroteio. O jovem afirmou que estava disposto a receber o tratamento se o plano de saúde aceitasse. Cruz disse aos Snead que herdaria pelo menos $800 mil de seus pais e que a maior parte dos recursos estaria disponível quando ele completasse 22 anos.
Na última vez em que o casal viu Nikolas Cruz, ele estava na delegacia do condado de Broward. Vestido com um roupão de hospital, estava algemado e cercado por agentes.
“Ele disse que sentia muito. Pediu desculpas. Ele parecia perdido, absolutamente perdido. E foi a última vez que o vimos”, recordou James Snead.