Enquanto milhares de apoiadores de Jair Bolsonaro acampam do lado de fora de instalações militares para protestar contra a derrota nas eleições, membros do círculo íntimo do presidente vão aos Estados Unidos para discutir os próximos passos com assessores de Donald Trump. A informação é do jornal The Washington Post. No último dia 23 de novembro, o veículo de imprensa americano destacou que Eduardo Bolsonaro viajou para a Flórida logo após o segundo turno, no dia 30 de outubro, e foi a Mar-a-Lago se aconselhar com o ex-mandatário dos EUA.
O Washinton Post entrevistou por telefone o ex-estrategista da campanha de Trump, Stephen K. Bannon., que também confirmou ter conversado com o filho de Bolsonaro. “O que está acontecendo no Brasil é um evento mundial”, disse Bannon ao jornal. “As pessoas estão dizendo que foram totalmente privadas de direitos. [O movimento] foi além dos Bolsonaros da mesma forma que nos EUA foi além de Trump.”
Eduardo Bolsonaro também teria almoçado com o ex-porta-voz da campanha de Trump e CEO da rede social Gettr, Jason Miller. No encontro, eles conversaram sobre a “censura digital e a liberdade de expressão”. A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) também viajou para os EUA após as eleições. Segundo o Washington Post, a congressista tentou angariar apoio internacional depois que suas contas foram suspensas nas redes sociais.
Em outubro deste ano, Bannon foi condenado a 4 meses de prisão por desacato ao Congresso americano. Por ser um dos principais estrategistas de Trump na eleição presidencial de 2020, o comitê da Câmara que investiga a invasão ao Capitólio, identificou Bannon como um dos atores-chaves no episódio da invasão, que acarretou em seis mortes.