Da Redação com Orlando Sentinel – Pelo menos quatro frequentadores da boate gay Pulse disseram às autoridades que Omar Mateen, o atirador do massacre da madrugada de sábado em Orlando (FL), frequentava o local. Inclusive, na noite do crime, ele estava sentado no bar uma hora antes do massacre.
“Ele costumava se sentar no canto do bar e beber sozinho e, algumas vezes, ele ficava muito bêbado, falava alto e tinha um comportamento agressivo”, disse Ty Smith, frequentador da boate, ao Orlando Suntinel. “Realmente não falávamos muito com ele, mas me lembro de ter ouvido, às vezes, ele dizer coisas sobre seu pai. Ele disse que tinha esposa e um filho”, completou.
Kevin West, outro frequentador regular da Pulse, disse que trocou mensagens com Mateen em um aplicativo voltado para o público gay por pelo menos um ano. Outros clientes da casa noturna afirmaram à imprensa que Mateen havia utilizado aplicativos como o Grindr, voltado para o público gay.
O ataque contra a Pulse, o mais violento nos Estados Unidos desde os atentados de 11 de setembro de 2001, deixou 49 mortos e 53 feridos. A polícia matou Omar Mateen ao invadir a boate.
O diretor do FBI, James Comey, disse que a Polícia Federal está convencida de que Mateen se “radicalizou” com a propaganda do extremismo islâmico na internet e que havia proclamado sua lealdade ao líder do grupo extremista Estado Islâmico em uma série de ligações durante o ataque
Por que o ataque foi tão letal?
Segundo apurou a rede de notícias BBC, o que diferencia o ataque em relação aos outros 372 do tipo que ocorreram em solo americano em 2015 é que, além de usar uma arma muito potente, ele teve três horas para agir.
“A principal diferença é que ocorreu em um local fechado e barulhento, o que impediu que muitas pessoas se dessem conta do que estava acontecendo. E, quando perceberam, não havia por onde escapar”, diz à BBC Mundo o especialista em segurança antiterrorista Anthony C. Roman.
Mas esta não é a única razão. A duração do ataque de mais de três horas e a arma usada por Mateen, um fuzil AR-15, também contribuíram para o alto número de vítimas, segundo Roman e outros analistas consultados para esta reportagem.
“Ainda que a polícia tenha reagido imediatamente, o atirador só foi neutralizado três horas depois de ter disparado pela primeira vez, o que permitiu que recarregasse sua arma e tivesse tempo de ir atrás de mais vítimas, que foram mortas em etapas”, explica Roman.