O teste cívico e de proficiência em inglês é, para muitos, o maior empecilho para obtenção da cidadania americana. A partir do final deste ano, esse teste pode sofrer mudanças e ficar mais difícil para aqueles que não têm proficiência no idioma.
Segundo informações da Agência Associated Press, o mesmo teste é aplicado desde 2008 e, em dezembro, quando esse exame completar 15 anos, deve passar por algumas mudanças. Entre elas, estão a apresentação de algumas fotos aleatórias – com atividades diárias, clima ou comidas – para que o aplicante descreva as fotos.
No teste atual, o oficial imigratório avalia a habilidade do aplicante em entender o idioma, fazendo algumas perguntas pessoais, sobre os formulários preenchidos e viagens recentes. Além disso, são feitas 10 perguntas sobre a história, estrutura governamental e geografia dos EUA, das quais o solicitante da cidadania precisa acertar seis.
“Eu acho que seria muito mais difícil ter que explicar o que eu vejo em uma fotografia”, disse Heaven Mehreta, imigrante da Ethiopia, que passou no teste de naturalização e se tornou cidadão americana em junho.
Shai Avny, imigrante de Israel que se tornou cidadã no ano passado, afirma que adicionar mais uma parte ao teste vai aumentar o estresse a que os aplicantes já estão sujeitos. “Sentar na frente de um oficial de imigração é intimidante por si só. As pessoas ficam nervosas. Se o inglês não é sua primeira língua, é ainda mais difícil. Às vezes o nervosismo impede que as pessoas encontrem as palavras certas para descrever imagens”, afirma.
O USCIS disse que fará uma consulta pública em todo o País para avaliar quais mudanças serão feitas. Depois de ouvir o público, experts da área de linguagem, história e desenvolvimento de testes vão avaliar os resultados e recomendar uma nova versão do exame.
Em 2020, o presidente Donald Trump tentou tornar o teste mais difícil, mas quando Joe Biden assumiu a presidência, derrubou a medida de seu antecessor e voltou a aplicar o teste de 2008.
*Com informações da Time e AP