No início deste mês, em uma ação classificada como ‘uma das mais agressivas dos últimos tempos’ por advogados e organizações pró-imigrantes, o U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) prendeu 97 trabalhadores indocumentados em uma fábrica em Bean Station, Tennessee. Na última quarta-feira (25), os imigrantes sofreram uma nova derrota quando deputados do Estado aprovaram um projeto de lei que tem o objetivo de banir cidades ‘santuário’- que protegem imigrantes indocumentados – dentro do Tennessee.
O projeto do republicano Jay Reedy foi aprovado por 64 votos a 23 e, além de acabar com a proteção dos imigrantes indocumentados, garante cooperação com o ICE para prendê-los. O democrata Craig Fitzhugh tentou – sem sucesso – convencer os colegas a não aprovar a medida. “Este projeto é muito nebuloso e terá consequências inimagináveis”, ponderou.
Reedy defendeu seu projeto dizendo que ele dá diretrizes claras de como a polícia deverá agir daqui para frente. O projeto determina inclusive o fim de verbas para cidades que protegem imigrantes indocumentados.
A prefeita de Nashville, capital do Tennessee, Megan Barry é uma defensora ferrenha dos imigrantes. Ela reiterou sua postura de apoio aos indocumentados, mesmo diante do projeto de lei.
Mais tarde, o projeto foi aprovado pelo Senado estadual por 25 votos a cinco e a medida precisa ser sancionada pelo governador.
Prisão de trabalhadores
No início de abril, ação, o ICE em parceria com o IRS, prendeu cerca de 100 imigrantes em uma fábrica do Estado. Os agentes chegaram com um mandado de busca e apreensão a partir de uma denúncia contra a fábrica, que empregava diversos trabalhadores sem documentação.
“Testemunhas disseram que os agentes chegaram abruptamente ao local e mandaram as pessoas levantarem as mãos. Eles revistaram um por um e sem mesmo perguntar nada, jogaram as pessoas nos carros, alguns algemados”, disse Stephanie Teatro, de uma organização pró-imigrante do Estado.
A cidade é formada em grande parte por imigrantes. Hoje, os filhos desses imigrantes presos estão fazendo vigílias e orações. Líderes da comunidade, como professores, religiosos e advogados estão unidos para tentar ajudar as famílias dessas pessoas presas. Cinquenta e quatro imigrantes detidos nesta ação ainda estão presos.