A temporada 2021 de furacões no Atlântico termina oficialmente nesta terça-feira, 30 de novembro. Pelo segundo ano consecutivo, as 21 iniciais do alfabeto foram usadas para nomear os sistemas tropicais, forçando a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) a utilizar letras gregas para identificar os fenômenos.
A Flórida,mais uma vez, escapou quase ilesa, sendo atingida por três tempestades tropicais -Elsa, Fred e Mindy- que não causaram muitos estragos. “Por três anos, podemos dizer que tivemos sorte”, falou Kevin Guthrie, diretor da Florida Division of Emergency Management.
Mas a ‘maré calma’ no Sunshine State pode não durar muito, conforme revelou o estudo In Earth’s Future, publicado no último dia 22 pela cientista Andra Garner, da Rowan University, em New Jersey.
Garner analisou os últimos dez anos de furacões na Costa Leste dos EUA e chegou à conclusão de que os 14 estados da região podem enfrentar eventos mais prolongados e destrutivos no futuro.
“Normalmente, quando um furacão se move ao longo da Costa Leste, há padrões de ventos que empurram as tempestades de volta para o mar”, explicou ela, acrescentando que “esses ventos vêm diminuindo, o que significa que furacões irão durar mais”.
Além disso, a análise previu uma redução de 15% na velocidade de locomoção dos furacões sobre as águas, o que aumenta seu poder de destruição.
Como exemplo, a cientista lembrou a passagem prolongada de Harvey pelo Texas em 2017, e Dorian, pelas Bahamas em 2019, além da tempestade tropical Eta, de 2020, que atingiu a Flórida duas vezes. “A tendência é estarmos mais tempos expostos aos impactos” concluiu.
O coautor do estudo, Benjamin Horton, que lidera o Earth Observatory of Singapore, disse que o trabalho sugere que “as mudanças climáticas terão um papel importante no aumento da força das tempestades ao longo da costa leste dos EUA.”
Na última década, os furacões resultaram na morte de mais de 3.500 pessoas e cerca de $ 480 bilhões em perdas econômicas.
“Já que sabemos que nós, como humanos, somos a causa do aquecimento que estamos vendo, sabemos que também podemos ser a solução, o que deve nos dar muita esperança no futuro”, falou Garner.