O presidente Donald Trump anunciou na quarta-feira (11) a proibição de viagens de estrangeiros que deixarem países da Europa com destino aos Estados Unidos para evitar a expansão do novo coronavírus.
A decisão veio a público no dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia de Covid-19, o que indica que a doença já está presente em diversos continentes com transmissão contínua entre as pessoas.
A restrição de viagens, que vai durar 30 dias a partir desta sexta-feira (13), terá impactos de maneira especial nas indústrias ligadas ao turismo. Viagens de turismo entre Estados Unidos e Europa movimentam 30 bilhões de dólares anualmente, segundo dados do governo americano.
Analistas indicam que as restrições americanas aumentarão a pressão sobre companhias aéreas, principalmente europeias, que já estão sofrendo com a pandemia de coronavírus.
As ações de companhias aéreas europeias caíram 20% no índice de referência Stoxx 600, à medida que o setor se preparava para um freio quase sem precedentes na atividade.
As ações da Air France, a Lufthansa e a IAG, proprietária da British Airways e da Iberia, caíram 13%, segundo o New York Times.
O sindicato das operadoras de turismo da França (Seto) estima que 400 mil franceses serão prejudicados.
“Esta é a pior notícia para as companhias aéreas e o pior cenário para nós”, disse René-Marc Chikli, presidente do Seto. Ele estima que pelo menos 100.000 franceses tinham pacotes de viagens comprados para os meses de março e abril, de acordo com a Rádio França Internacional.
A decisão da Casa Branca pegou de surpresa as agências de viagens francesas. A Travel Companies, que representa as empresas do setor, estima que entre 300 mil e 400 mil franceses deveriam viajar para os Estados Unidos nos três próximos meses para lazer ou trabalho. (Com informações do G1)