A Polícia Civil de Minas Gerais concedeu uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (30) para anunciar a prisão do brasileiro acusado de estuprar e engravidar a enteada em Quincy, no estado de Massachusetts.
O homem de 48 anos não teve a identidade revelada e foi preso em Betim (MG), onde mora atualmente.
De acordo com os policiais, o crime foi descoberto em setembro de 2020 quando o suspeito, a menor de idade e a mãe dela viviam juntos nos EUA. Eles disseram que a garota, que na época tinha 12 anos, sentiu dores no abdomen e foi levada a um hospital local.
Ao chegar lá, os médicos descobriram a gravidez e comunicaram à polícia de Quincy, informando a possibilidade de um caso de estupro de vulnerável. Os agentes iniciaram um processo contra o homem que fugiu para o Brasil temendo as consequências do crime que, de acordo com as leis dos EUA, pode acarretar em prisão perpétua.
A mãe da garota contou às autoridades americanas que já havia desconfiado da relação entre o companheiro dela e a filha, mas o dois negaram.
A delegada que comandou a prisão em Betim, Ariadne Coelho, falou que o suspeito desembarcou no Brasil no dia 21 de outubro do ano passado e, desde então, estava morando com familiares.
Em fevereiro deste ano, a Interpol fez contato com a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher de Minas Gerais informando sobre um ofício recebido pela Embaixada americana do possível caso de estupro, e que o acusado teria fugido para o Brasil com a ajuda de uma irmã dele.
“As autoridades americanas e brasileiras compartilharam provas para que ele não ficasse impune. Isso porque o homem fugiu dos EUA acreditando que não ia ter que responder pelo crime. As provas foram validades pela Justiça, e o pedido de prisão temporária dele foi expedido. Ele foi preso no local onde trabalha, em Nova Lima”, relatou a delegada.
A adolescente, que hoje tem 14 anos, não quis abortar e o bebê tem hoje 7 meses. Ela e a mãe ainda moram nos EUA.
Inicialmente, a vítima disse às autoridades americanas que o padrasto não era o pai do filho que ela estava esperando.
Mas em uma segunda entrevista, com uma equipe multidisciplinar, ela acabou revelando que mentiu no início porque queria proteger o homem, pois teria sentimentos por ele. “A garota, em sua vulnerabilidade de criança, disse que o homem falava que iria se casar com ela, ter filhos e que, por isso, mantinha relações sexuais. É um caso muito chocante”, acrescentou Ariadne.
O suspeito vai ficar preso preventivamente por até 60 dias. Após a conclusão do inquérito, uma ação penal de estupro de vulnerável deve ser aberta e, caso seja condenado, a pena pode chegar a 15 anos, podendo ser aumentada em 50% pelo fato da vítima ser uma pessoa praticamente da família.