Segundo cientistas, gafanhotos e grilos mórmons sempre existiram nos estados da região Oeste dos EUA, mas a seca e a onda de calor históricas deste ano agravaram o problema, deixando um rastro de milhões de dólares de prejuízos para agricultores e pecuaristas.
“Eles comem desde o momento em que nascem até quando morrem. Se eu fosse descrevê-los, usaria palavrões “, disse Roger Nicholson, um pecuarista de Fort Klamath, uma pequena comunidade no sul do Oregon, ao jornal The Guardian.
Nicholson lembrou que já presenciou outras pragas antes e viu camponeses perderem pastos inteiros e terem que vender os gados para pagar as contas. “Este ano já estamos tendo prejuízos por causa da seca, não podemos ter ainda mais”, observou.
Além do Oregon, outros 14 estados estão passando pela mesma situação e ainda não é possível saber o tamanho das perdas já que é esperado que a infestação dure até o final do verão; mas os danos já são visíveis. Juntos os estados mais afetados têm um valor agrícola de $8,7 bilhões anuais, de acordo com as estimativas mais recentes do U.S. Agriculture Department.
Os serviços de inspeção sanitária desses locais aplicaram inseticida em mais de 325 mil hectares de terra, mas a medida alarmou os ambientalistas que dizem que os esforços vão acabar matando mais do que apenas gafanhotos grilos mórmons.
“Estamos falando sobre áreas naturais sendo pulverizadas”, disse Sharon Selvaggio, ex-biólogo do U.S. Wildlife Conservation Comission “Isto não é terra fértil.”
Segundo a Plant Health Inspection Service (APHIS), diferentes ações estão sendo programadas nos estados, à medida que mais agricultores e pecuaristas pedem ajuda à agência para controlar o problema.
O diretor da APHIS, Bill Wesela, contou à BBC que a última grande campanha de supressão de gafanhotos na região foi em 2010, quando o surto de gafanhotos foi a maior dos últimos 35 anos. Na época, mais de 400 mil hectares foram tratados, o suficiente para proteger 800 mil hectares.