A Suprema Corte dos Estados Unidos restabeleceu nesta terça-feira (20) a cláusula de imigração Título 42, que autoriza a deportação imediata de indivíduos pegos tentando entrar ilegalmente no país.
A regra foi instituída em 2020 durante o governo de Donald Trump, e estava suspensa desde novembro passado por ordem de um juiz do Distrito de Columbia, com expectativa de ser tornada permanentemente sem efeito a partir desta quarta-feira (21). Em seu parecer, o presidente da Suprema Corte, John Roberts, ordenou que a decisão de reativar o Título 42 seja mantida até um novo julgamento.
Nos último dias, mais de 20 estados apresentaram recursos de emergência pedindo a volta da legislação, diante de uma avalanche de indocumentados que tentam diariamente cruzar a fronteira. O presidente Joe Biden também se posicionou favorável à restituição da norma, que vinha sendo usada por ele para mandar os indocumentados rapidamente de volta para o México, impedindo-os de permanecer nos EUA enquanto buscam asilo.
Somente no ano fiscal 2022, que terminou em setembro, cerca de 2,3 milhões de imigrantes foram detidos na fronteira , um número recorde que tem causado um enorme dor de cabeça para o governo Democrata. As estatísticas mostram que o número de imigrantes da Venezuela, Nicarágua e Cuba aumentou dramaticamente. Juntas, essas três nacionalidades são responsáveis por cerca de 494 mil detenções este ano.
Alguns governadores republicanos, como Greg Abbott, do Texas, instituíram sua própria política de remoção dos estrangeiros do seu território, enviando-os em ônibus para outros estados. El Paso, no Texas, e outras cidades da divisa com, decretaram estado de emergência, devido a uma suposta “invasão de imigrantes”.
Já os ativistas da causa imigratória, alegam que o Título 42 é “desumano”, pois impede que um candidato a asilo em potencial formule seu pedido, muitas vezes, colocando suas vidas em risco ao obrigá-los a retornar ao seu país de origem.