A terça-feira (12) foi decisiva para milhares de jovens que têm autorização de permanecer nos Estados Unidos graças ao “Deferred Action for Childhood Arrivals” (DACA). O programa, que beneficia imigrantes que foram trazidos para a América ainda na infância, será analisado pelos membros da Suprema Corte e há a possibilidade de ser extinto, como deseja a Casa Branca.
Milhares de beneficiados com o DACA não conseguiram renovar suas permissões de trabalho no país, depois das mudanças estabelecidas pelo governo. Na audiência na mais alta Corte americana, os dois lados vão poder apresentar aos ministros os seus argumentos. As entidades que pedem a manutenção dos direitos, entre eles a autorização de emprego e um caminho para a Cidadania, reuniram um time de especialistas jurídicos, mas do outro lado há a força conservadora do tribunal.
O DACA foi instituído em agosto de 2012 pelo então presidente Barack Obama e protege temporariamente as deportações de cerca de 700.000 jovens que entraram nos Estados Unidos quando crianças e são conhecidos como “dreamers” (ou sonhadores). Já na gestão de Donald Trump, o programa foi cancelado em 2017, mas pelo menos quatro tribunais federais julgaram a medida inconstitucional. Mais de 157 mil destes jovens poderiam ter o pedido de deportação emitido imediatamente, dependendo da decisão da Suprema Corte, pois já estão sem autorização de trabalho.
Um estudo da Universidade de Harvard mostrou que o sucesso do DACA é indiscutível, mas a natureza temporária do programa e todos as polêmicas em torno dos benefícios criaram dilemas. “Muitos dreamers conseguiram construir seus sonhos na América, mas convivem constantemente com o fantasma da deportação. O impacto positivo do DACA é profundo, mas o país precisa determinar o caminho a seguir, antes que venham outros prejuízos”, afirmaram os autores do estudo.