A Suprema Corte decidiu bloquear nesta quinta-feira (27) a pergunta sobre a cidadania em questionário do Censo 2020, para levantamento populacional dos EUA. A proposta era incluir a pergunta – que não era feita desde 1950 – se o entrevistado era ou não cidadão americano, mas foi descartada pelos juízes em votação apertada, por 5 votos a 4.
A decisão está sendo vista como uma derrota para o presidente Trump, que era a favor da inclusão dessa pergunta.
O chefe da Suprema Corte, John Roberts, alegou que as explicações dadas pelo Departamento de Comércio para inclusão da pergunta não eram satisfatórias. O departamento pediu às autoridades que acrescentassem a questão da cidadania, alegando que ela seria útil para o levantamento de dados mais precisos sobre a população em idade de votar. Os defensores dizem que esta é uma questão de senso comum que simplesmente faz sentido perguntar, mas os juízes discordaram.
“Se a revisão judicial é mais do que um ritual vazio, deve exigir algo melhor do que a explicação oferecida para a ação tomada neste caso”, escreveu o juiz Roberts.
Os dados obtidos com o Censo 2020 serão utilizados para melhor empregar os recursos públicos e para determinar, para os próximos dez anos, quantos votos cada Colégio Eleitoral tem nos estados, que serão contados a partir das eleições de 2024.
Oponentes à inclusão da pergunta alegam que a questão só serviria para intimidar imigrantes indocumentados, que se recusariam a responder às perguntas.
Para o presidente Trump, a não inclusão da pergunta faz com que o Censo seja “sem sentido”.
“Vocês acreditam que os Democratas da esquerda radical querem fazer o nosso novo e muito importante Censo sem a importantíssima questão da cidadania? O relatório seria sem sentido e um desperdício bilhões (ridículo)”, escreveu Trump no Twitter em abril.
O Census Bureau mostrou que adicionar uma questão de cidadania muitas vezes leva as pessoas em famílias com imigrantes – incluindo os cidadãos dos EUA – a simplesmente não preencher o formulário do censo. Isso poderia resultar em uma contagem que não é apenas substancial, mas desigual, de acordo com especialistas e atinge principalmente áreas urbanas onde vivem grupos de imigrantes, deixando áreas rurais, principalmente brancas, pouco afetadas.