Brasil

Sumiço de jornalista e indigenista na Amazônia corre mundo

Polícia Federal investiga cinco suspeitos dos crimes; um está preso

Correu mundo a notícia do desaparecimento do jornalista inglês Dom Philips, do “The Guardian”, e do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira, no Vale do Javari, na Amazônia, há mais de dez dias. Em nota, a ONU criticou a violência, cobrou das autoridades brasileiras a realização de investigações imparciais e pediu reforço na luta contra as invasões de terras indígenas. Essa é a terceira crítica ou cobrança direta ao governo de Jair Bolsonaro por parte da ONU em menos de uma semana, algo que raramente acontece.

A Polícia Federal (PF) prendeu dois suspeitos: Oseney da Costa Oliveira, e seu irmão, Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, que confessou ter ajudado a ocultar os corpos, mas disse não ser o responsável pelas execuções, que teriam sido feitas por arma de fogo.

Até agora as investigações indicam haver cinco suspeitos: três de envolvimento direto nas mortes, um outro envolvido na tentativa de ocultar os restos mortais e um possível mandante. Investigadores acreditam que há indícios mais fortes a respeito dos executores. As investigações seguem em sigilo e ainda não é possível dizer a motivação dos brutais assassinatos.

De acordo com a confissão e o local dos crimes apontado por Pelado, o superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Fontes, afirmou serem grandes as chances de que os restos mortais encontrados sejam do jornalista e do indigenista. Os corpos já estão em Brasilia para perícia e confirmação das identidades. Em seguida, serão entregues às famílias. 

Segundo a PF, Amarildo disse que a lancha foi afundada no leito do Rio Itaquaí, próximo à Comunidade Cachoeira. No entanto, será necessário um trabalho minucioso dos mergulhadores, já que a correnteza pode ter empurrado o barco rio abaixo.

Na quinta-feira (16), a Polícia Civil do estado cumpriu  mandado de busca e apreensão na casa de um dos suspeitos de envolvimento no crime, em Atalaia do Norte, a 1.136 quilômetros da capital, Manaus. 

O número de suspeitos vai mudando conforme novas provas são adicionadas à investigação. Um terceiro pedido de prisão pode ser expedido em breve.

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