O Supremo Tribunal Federal do Brasil (STF) aceitou por unanimidade a denúncia contra Jair Bolsonaro e outros sete aliados, tornando-os réus por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado. O voto decisivo foi do ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma do STF, que acompanhou o relator Alexandre de Moraes. Também seguiram o entendimento os ministros Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
A denúncia foi apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e inclui acusações como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e deterioração do patrimônio tombado. Além de Bolsonaro, se tornaram réus Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin; Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do GSI; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa.
A decisão do STF significa que os oito investigados responderão a processo criminal, com a possibilidade de avançar para julgamento e eventual condenação. Bolsonaro nega envolvimento na tentativa de golpe e seus aliados classificam a decisão como perseguição política. O caso é considerado um dos mais graves da história democrática brasileira e pode ter desdobramentos na elegibilidade do ex-presidente para futuras eleições.
Com a aceitação da denúncia, o processo seguirá para a fase de instrução, onde as defesas poderão apresentar argumentos e provas. A expectativa é que o julgamento ocorra nos próximos meses, podendo resultar em penas severas caso os réus sejam condenados.
