Membros da Guarda Nacional da Flórida voltam das guerras e ficam desempregados
Vários combatentes da Guarda Nacional da Flórida que foram enviados para o Iraque e o Afeganistão têm uma desagradável surpresa ao retornar para casa: estão desempregados. A alegação da corporação é a de que eles se ausentaram da Guarda Nacional e, portanto, foram desligados. Detalhe importante: neste período, eles estavam nas frentes de batalhas defendendo os EUA.
A maioria dos soldados está na faixa dos 30 e 40 anos, são casados e têm família para sustentar. Com anos de serviço na Guarda Nacional, ganhavam entre US$38 mil e US$48 mil. Agora, precisam sair no mercado de trabalho à procura de empregos. “Fui incapaz de encontrar um trabalho que me pague mais de US$6 ou US$7 por hora e precisaria ganhar três vezes mais’, disse o sargento Julio Medina, de 41 anos, casado e pais de dois filhos, que serviu no Afeganistão. “Não é justo o que está acontecendo conosco”, lamenta.
Ele e muitos de seus companheiros pertenciam à Operation Guardian, unidade que começou a funcionar em 1989, com um programa federal de US$40 milhões, que pela primeira vez usou membros da Guarda Nacional em diversos estados para combater o tráfico de drogas. A Guarda Nacional da Flórida ficou com a maior fatia do bolo, US$3,4 milhões, e designou 100 soldados para trabalhar com agentes da alfândega nos portos e aeroportos dos condados de Miami-Dade, Broward e Palm Beach.
Entretanto, com a intensificação das operações militares no Iraque e no Afeganistão, o Departamento de Defesa dos EUA está cortando gastos militares internos. O corte de US$2,5 milhões no orçamento em 2002 levou à dispensa de 70 membros da Guarda. Finalmente, em setembro passado, o Pentágono anunciou que o combate ao narcotráfico seria confiado a outras agências federais, estaduais e locais. Dessa maneira, a Operation Guardian foi desativada.