DA REDAÇÃO – O número de mortos pelo terremoto de 7,8 graus que sacudiu no sábado (16) o Equador subiu para 525, informou a procuradoria nesta quarta-feira (20). Até a noite de terça-feira, a procuradoria registou apenas na província de Manabí (oeste), epicentro do terremoto, 525 mortos, onze deles estrangeiros.
O Equador foi sacudido novamente na madrugada de quarta-feira (20) por um forte tremor que provocou alarme entre as pessoas que participam nos trabalhos de resgate.
O novo terremoto, de 6,1 graus segundo o Instituto de Estudos Geológicos dos Estados Unidos e 6,2 de acordo com o Instituto Geológico do Equador, foi prolongado, mas não foram constatados danos até o momento.
O epicentro foi localizado a uma profundidade de 15,7 quilômetros, a 25 km de Muisne e a 73 km de Propicia. As autoridades não ativaram o alerta de tsunami.
Mensagem do Papa
O Papa Francisco manifestou sua proximidade e afeto com as pessoas atingidas pelo terremoto registrado no sábado no Equador. A mensagem foi pronunciada poucas horas depois de outro forte terremoto atingir o país, provocando tensão entre as equipes de resgate.
“Neste idioma que nos une (…) quero expressar aos nossos irmãos do Equador nossa proximidade e oração neste momento de dor”, disse dirigindo-se em espanhol aos fiéis que acompanhavam a audiência geral de quarta-feira na Praça de São Pedro.
Falta de água e comida
O abalo desta quarta-feira aumentou a angústia dos sobreviventes, que sofrem com a falta de água e mantimentos, além dos frequentes cortes de energia elétrica.
“Não temos água, nem alimentos. As lojas estão fechadas ou vendem muito caro”, disse à AFP Andrés Mantuano, na cidade de Manta, província de Manabí, a mais afetada.
O péssimo estado das estradas na costa do Pacífico equatoriano, o temor de saques e a instabilidade dos edifícios levaram muitos comerciantes a fechar as portas.
A ausência de produtos básicos, sobretudo água e alimentos, começa a irritar a população em uma região que parece um cenário de guerra.
Reconstrução
O presidente do Equador, Rafael Correa, disse que o país está demonstrando uma “unidade incrível” diante da emergência criada pelo terremoto do último sábado (16), que, até o momento, causou mais de 500 mortes. Em encontro com jornalistas, no palácio do governo em Quito, após visitar as zonas mais afetadas pelo tremor, Correa disse que o momento pede união nacional.
Rafael Correa agradeceu o apoio dos setores privado e público, em especial de autoridades dos governos regionais, e a solidariedade da comunidade internacional, que, segundo ele, pode ajudar o Equador visitando o país.
O presidente do Equador disse também que a infraestrutura pública está resistindo muito bem e que, pouco a pouco, tudo vai voltar à normalidade. Ele informou que foram estabelecidos comandos nos locais afetados, liderados por ministros e que também foram criados centros fixos de distribuição de água e alimentos nas unidades de polícia comunitária.
O presidente Rafael Correa disse que a reconstrução das áreas devastadas pelo terremoto que atingiu 7,8 graus na escala Richter na Costa de Esmeraldas e Manabí, regiões mais afetadas pelo desastre, deve ser uma política de Estado.
Correa ressaltou que a situação vai permitir que se melhore o nível da infraestrutura urbana e que, no fim, as pessoas viverão em condições mais seguras.