No mesmo dia em que o presidente Obama fazia seu discurso de despedida em Chicago, foi divulgado publicamente um documento de 35 páginas, entregue às agências de investigação de segurança e inteligência nacionais, com informações comprometedoras sobre a interferência russa nas eleições americanas, as relações da campanha do presidente eleito com o Kremlin e denúncias de comportamento obsceno de Trump durante uma visita a Moscou que poderiam ser usadas como chantagem contra ele.
O documento contém revelações bombásticas sobre a relação da espionagem russa com a campanha do presidente eleito. A CNN diz que FBI, CIA, NSA e NI mostraram os papeis ao presidente Obama e ao presidente eleito Trump, mas a CIA ainda investiga legitimidade da denúncia
O site BuzzFeed publicou a íntegra do documento original, que circulava há tempos pelas redações e escritórios de políticos e altos funcionários em Washington. A CNN, o The New York Times e outras grandes organizações limitaram-se a informar a existência do documento e seu conteúdo explosivo, mas não o publicaram por reconhecerem que não havia ainda comprovação de sua legitimidade.
As alegações estão em um resumo de duas páginas contidas em um relatório sobre a interferência russa nas eleições de 2016. As informações teriam sido obtidas através de um ex-agente do serviço secreto inglês M-16, conectado com uma vasta rede de espionagem internacional na Europa e na Rússia, e que teria sido contratado por adversários de Trump, tanto do Partido Democrata quanto do Republicano. O documento contém informações pessoais e financeiras comprometedoras a respeito do presidente eleito.
O resumo inclui alegações de que houve uma troca contínua de informações entre pessoas ligadas à campanha de Trump e intermediários do governo russo, e outras informações de ordem pessoal e financeira, que serviriam para Moscou como combustível de chantagem contra Trump.
As fontes disseram à CNN que as alegações são as mesmas que foram mencionadas em relatórios enviados ao Congresso durante a campanha. Segundo o jornal The Guardian, o senador Republicano John McCain teria recebido o relatório das fontes internacionais, repassando-o em seguida às agências americanas de inteligência e segurança nacional. O senador Democrata Harry Reid chegou a enviar uma carta ao diretor do FBI, onde escreveu que “está claro que o senhor possui informações explosivas sobre ligações estreitas entre Donald Trump, seus principais conselheiros e o governo russo — um interesse estrangeiro abertamente hostil aos Estados Unidos.”
O comitê de transição de Trump não quis comentar o assunto, segundo a CNN, mas o presidente eleito usou mais uma vez o Twitter para se manifestar:
“NOTÍCIA FALSA — UMA TOTAL CAÇA POLÍTICA ÀS BRUXAS”, tuitou Trump.