A sinagoga L’Dor Va-Dor, com sede em Boynton Beach (FL), entrou com uma ação judicial contra o governador Ron DeSantis, da Flórida, pela lei que proíbe abortos no estado em quase todos os casos após 15 semanas de gravidez. A legislação sancionada por DeSantis em abril entrará em vigor no próximo dia 1º de julho.
De acordo com a congregação, a regra viola a liberdade religiosa dos judeus. O processo alega que a lei judaica permite a interrupção da gravidez para proteger a saúde da gestante, e por muitas outras razões. O texto do ação também afirma que a proibição do aborto viola o direito à privacidade garantido pela constituição estadual. “Para os judeus, toda a vida é preciosa e, portanto, a decisão de trazer uma nova vida ao mundo não é tomada facilmente ou determinada por decreto estatal”, diz a peça jurídica.
Sob a lei atual, a Flórida autoriza o aborto até 24 semanas. O processo ocorre um mês após o vazamento de um parecer da Suprema Corte que sinaliza uma possível decisão para derrubar esse prazo estabelecido em 1973 pela jurisprudência Roe v. Wade.
A L’Dor Va-Dor argumenta ainda que as leis que limitam o aborto refletem um ponto de vista cristão particular que sustenta que a vida começa na concepção, e que o aborto é assassinato. “Esta lei proíbe as mulheres judias de praticar sua fé livre da intrusão do governo e , portanto, viola seus direitos de privacidade e religião”, rebatem os judeus.