Um símbolo de esperança para os imigrantes. Assim é conhecido o Friedship Park (ou Parque da Amizade), no limite entre as cidades de San Diego e Tijuana. O local tem sido usado por famílias para reencontrar entes queridos separados pelo muro na fronteira sul dos Estados Unidos. Só que os planos da Casa Branca de finalizar as obras dos portões e instalações – iniciadas pela administração anterior para garantir mais segurança na divisa – devem fechar o Parque da Amizade por um bom tempo – ou mesmo permanentemente.
Inaugurado há quase 51 anos, o Friendship Park é um trecho histórico e culturalmente significativo na relação entre os dois países. Por isso as críticas contra o fechamento do parque têm sido constantes. “Este não é simplesmente um trecho qualquer da fronteira. Não podemos deixar que esta história seja apagada”, afirmou John Fanestil, que faz parte de uma entidade de amigos e defensores do parque. Naquele trecho, os imigrantes de ambos os lados da divisa podiam se encontrar e até tocar as mãos, pelos vãos do enorme portão.
No lado americano, as pessoas são autorizadas a visitar este espaço aos sábados e domingos, sempre de 10am às 2pm, sob forte vigilância. Não há restrições do lado mexicano, mas as autoridades ergueram um monumento no local, chamado de Boundary Monument. Nenhum item (dinheiro, presentes, comida etc.) pode ser passado pelo portão para o outro lado.
Os ativistas de defesa de imigrantes estão organizando um protesto contra as medidas adotadas pelo presidente Joe Biden. A ideia é convencer o governo a suspender a reforma, até que a comunidade seja envolvida nesse processo. Muitos apoiadores já entraram com contato com seus representantes eleitos para manifestar seu descontentamento e esperam que o parque seja mantido.
O projeto de Biden prevê novos muros de nove metros de altura, o que alteraria radicalmente o visual do parque. Os agentes da US Border Patrol afirmam que os portões atuais precisam ser substituídos porque são estruturalmente insalubres, o que colocaria em risco de segurança não apenas dos visitantes, mas dos próprios policiais. Mas a explicação não convenceu : “Isso alteraria radicalmente a forma e o efeito visual do parque o que, em nossa opinião, é uma profanação desse local histórico”, finalizou Fanestil.