A quantidade de recém-nascidos diagnosticados com sífilis congênita no Mississippi aumentou mais de 900% nos últimos cinco anos. A informação foi compartilhada pelo doutor Thomas Dobbs, diretor da filial do Departamento de Saúde do estado na cidade de Jackson. O número preocupou especialistas e revelou o atraso do estado mais pobre dos Estados Unidos em adotar medidas para eliminar a enfermidade.
No Mississippi, 102 bebês tinham a doença em 2021, contra apenas dez em 2016. Em todo o país, o ano recorde foi 2020, com dois mil registros, segundo os Centers for Disease Control. “Isso é algo que deveria ter acontecido há cem anos, não recentemente”, disse Thomas Dobbs.
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum e o contágio ocorre por meio da relação sexual. Em mulheres gestantes, a doença pode passar facilmente para o bebê durante a gravidez. Um dos motivos atribuídos pelos estudiosos para a situação atual é a falta de acompanhamento pré-natal. Segundo a NBC, alguns condados onde vivem a maioria das mulheres negras e pobres negras não têm obstetra, o que significa que as residentes grávidas precisam viajar para atendimento. “Dependendo do trabalho, o afastamento significa perda de renda e muitas acabam desistindo”, reportou a NBC.
A infecção pode danificar os órgãos da criança e atingir o sistema nervoso, colocando em risco a visão e audição; em alguns casos mais graves podendo levar a morte.
Em um post no Twitter de17 de janeiro, Dobbs disse que “o pré-natal atrasado é o principal fator de risco de saúde para recém-nascidos com sífilis”, acrescentando que a doença é “ totalmente tratável”. O Departamento de Saúde do Mississippi disse à NBC que não rastreia formalmente as mortes por sífilis congênita, mas afirmou que ao menos um bebê morreu por conta da doença em 2021.