Mesmo com decisão da Justiça, Joe Arpaio garante que vai continuar prendendo indocumentados
Responsável pela prisão de mais de 26 mil imigrantes desde 2007, a delegacia de Maricopa, o maior condado do Arizona, não vai mudar seus procedimentos, mesmo com o bloqueio de partes fundamentais da polêmica lei estadual. O sheriff Joe Arpaio, acusado de ser antiimigrante e alvo de investigações por abuso de poder, avisou que não tolerará desobediência civil. “Se existe uma nova lei, faremos com que seja cumprida”, disse, referindo-se à repressão aos indocumentados.
Arpaio prometeu prender manifestantes, caso eles cumpram a promessa de impedir o acesso à delegacia em manifestações marcadas para este fim de semana. Arpaio revelou planos de enviar 200 agentes e voluntários para vigiar infrações de trânsito e localização de fugitivos, numa batida contra a delinquência e a imigração ilegal.
A nova lei, que entra em vigor nesta quinta-feira (29 de julho), será um instrumento a mais para os policiais de Maricopa, que prenderam 25% do total de 115.841 deportados pelas autoridades nacionais. No cargo desde 1992, Arpaio é a principal autoridade policial para a questão. Se o Arizona der a mais agentes o mesmo poder, o número de deportados poderá subir consideravelmente.
Frequentemente, o governo americano é criticado por não assegurar que agentes policiais locais respeitem os direitos dos imigrantes. O próprio Arpaio é investigado, acusado de violar direitos civis – algo que ele nega. Arpaio não entende o alvoroço em torno da nova lei. “Fazemos isso há três anos. É um delito residir aqui ilegalmente e todos deveriam fazer cumprir a lei”, disse o sheriff.
A decisão da Corte do Arizona também desagradou outros governadores. A guerra travada pela Casa Branca fez com que nove estados declarassem apoio oficial a Jan Brewer. O jornal New York Times publicou matéria em que outros políticos qualificam de “equivocada” a medida do secretário de Justiça, Eric Holder, de jogar o peso da União contra o Arizona.