Os líderes da Câmara Alta e altos funcionários da Casa Branca esperam que o projeto de lei do Senado esteja pronto antes do final deste mês
Os líderes do Senado alcançaram nesta quinta-feira (11/05) um acordo para ressuscitar o amplo projeto de lei que dará a milhões de imigrantes ilegais a chance de se tornarem cidadãos americanos e revelaram que tentarão aprová-la antes do Memorial Day (29/05).
O acordo firmado pelo líder da maioria no Senado Bill Frist, republicano do Tennessee., e pelo líder da minoria Harry Reid, democrata de Nevada, desata o nó político que durou semanas enquanto os imigrantes e seus apoiadores realizaram passeatas, boicotes e protestos para acelerar a tomada de decisão. “Congratulamo-nos com o Senado por ter alcançado um acordo e estamos ansiosos em ver este projeto de lei aprovado antes do Memorial Day,” afirmou Dana Perino, vice-secretária de imprensa da Casa Branca.
A chave para o acordo será a negociação de um compromisso com a Câmara Baixa, que em dezembro passado aprovou um projeto de lei que concentrava-se apenas no uso da força e sujeitaria os 11 a 12 milhões de imigrantes ilegais nos Estados Unidos a acusações de delitos graves e também à deportação.
Frist disse que o Senado enviará 14 republicanos e 12 democratas para negociar com a Câmara , com sete dos republicanos e cinco democratas indo para o Comitê Judiciário. Os sete republicanos restantes serão escolhidos por Frist e os outros sete democratas selecionados por Reid. Pelo menos um opositor das medidas de compromisso, o senador John Cornyn, republicano do Texas, estará entre os sete republicanos restantes indicados para comitê, revelou o porta-voz Don Stewart.
Frist afirmou que um “considerável” número de emendas será debatido quando o Senado começar a discutir o projeto de lei na próxima semana. Será a redação mais abrangente das leis de imigração desde o chamado projeto de lei Simpson-Mazzoli de 20 anos atrás.
Reid reconheceu na manhã desta quinta-feira “não ter conseguido tudo o que queria” no acordo, mas admitiu que Frist também não conseguiu. Chegar a um acordo “não é tão fácil com esta atmosfera política”, disse Reid. Ele recebeu algumas críticas por ter-se recusado em seguir adiante com o projeto de lei depois de ter reclamado que os republicanos estavam tentando descaracterizá-lo com as emendas e insistindo que os democratas deveriam dizer a quem eles defendem no Comitê de Conferência.
Os republicanos também tiveram a resistência dos conservadores para assumir a proposta de compromisso. Estes críticos consideram o caminho para obtenção da cidadania para os imigrantes ilegais e centenas de milhares de futuros trabalhadores temporários uma “anistia disfarçada.” Eles não gostaram da forte oposição ao projeto de lei da Câmara de Deputados que serviu como combustível para protestos nacionaiis que levaram centenas de milhares às ruas em Los Angeles, Chicago e Dallas e centenas em muitas outras cidades e em pequenas comunidadies.
A corrida presidencial e as eleições de novembro estão desempenhando papel importante no debate sobre imigração. Frist e John McCain, senador do Arizona., um dos arquitetos da proposta de legalização, são postulantes à indicação do Partido Republicano para disputar a eleição presidencial em 2008.
O compromisso do projeto de lei do Senado considerará a elaboração de uma legislação aprovada pelo Comitê de Judiciário do Senado por 12 votos a 6, com quatro republicanos votando com os democratas para aprovar a medida.
Esta medida absorveu um projeto de lei concebido por McCain e pelo senador Edward M. Kennedy, democrata de Massachusetts, que propugna a permissão dos imigrantes ilegais tornarem-se residentes legais permanentes através de vínculos de trabalho.
O presidente Bush ajudou a acelerar o andamento do projeto de lei depois de uma reunião com um grupo bipartidário de senadores no mês passado e declarando apoio inconteste à permissão dos imigrantes ilegais a ter acesso à cidadania.
“Empresários e trabalhadores, democratas e republicanos, líderes religiosos e o povo americano apóiam fortemente nosso plano de fortalecer as fronteiras, dar oportunidade aos trabalhadores indocumentados que estão aqui obter a cidadania e pôr em prática um programa de trabalhador temporário realista para o futuro”, declarou Kennedy.