DA REDAÇÃO – O presidente Trump rejeitou na quinta-feira (11) um acordo fechado entre senadores Democratas e Republicanos para resolver o problema dos imigrantes beneficiados pelo DACA, o programa que permite a permanência nos EUA, sob condições, para imigrantes indocumentados que chegaram ainda crianças ao país, trazidos pelos pais. O programa foi cancelado por Trump no ano passado.
Os senadores Dick Durbin (D) e Lindsey Graham (R) encontraram-se com o presidente para discutir o acordo fechado por um grupo de seis senadores, mas Trump rejeitou o acordo e disse para os parlamentares voltarem ao trabalho, disse Durbin à rede CNN.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que “Ainda não se chegou a um acordo”.
O impasse vem antes da data limite de 19 de janeiro, prazo para definição dos gastos do governo, para que se chegue a um acordo sobre o problema. O DACA está previsto para ser cancelado no começo de março.
“Não sei qual será o próximo passo”, disse o senador Durbin à imprensa, depois do encontro com Trump. O presidente nos convidou para um encontro no seu gabinete para trazermos propostas, e foi isso que fizemos. É uma proposta bipartidária, na qual trabalhamos durante quatro meses no Senado, e não sei o que vai acontecer agora”.
Outros quatro parlamentares Republicanos estiveram no encontro com o presidente em apoio ao projeto, mas Trump disse apenas que continuassem o trabalho.
Juiz bloqueia revogação do DACA
Um juiz de San Francisco, Califórnia, bloqueou na noite de terça-feira (9) a revogação do programa Deferred Action for Childhood Arrivals – DACA – que beneficia mais de 800 mil jovens que chegaram aos EUA ainda crianças acompanhadas dos pais indocumentados. Também conhecido como “Dreamers”, os jovens são protegidos da deportação e recebem documentação para trabalhar nos EUA. A Casa Branca considerou a decisão “escandalosa”.
O juiz William Alsup ordenou ao Executivo “que mantenha o programa DACA em nível nacional, nos mesmos termos e condições antes de ser suprimido em 5 de setembro de 2017”, segundo a France Presse.
Em sua decisão de 49 páginas, Alsup alegou que o argumento do Departamento de Justiça para eliminar o programa, apontando que é ilegal, é “uma premissa legal com falhas”. Para a Casa Branca, a Casa Branca defendeu, em comunicado oficial, que o projeto deve seguir o processo legislativo normal e que o presidente Donald Trump está comprometido com o estado de direito, segundo a Reuters.
A menos que uma corte de instância superior anule a decisão do juiz, os beneficiários do programa poderão renovar suas permissões.
A suspensão do DACA foi anunciada pelo governo de Donald Trump em setembro de 2017 e, desde então, é assunto recorrente entre Democratas e Republicanos, já que a data final para a decisão é o dia 5 de março.