Após uma disputa acirrada e em meio a muita polêmica por uma vaga no Senado pelo Estado do Alabama, o candidato democrata Doug Jones venceu nesta terça-feira (12) o Republicano Roy Moore, candidato de Trump. Segundo a agência de notícias Associated Press, quando as urnas estavam com 99% dos votos apurados, Jones liderava com 49,5% dos votos contra 48,8% de Moore.
Por uma margem estreita, os eleitores de um dos mais conservadores Estados americanos rejeitaram a candidatura de Roy Moore, um evangélico extremista acusado de ter molestado sexualmente adolescentes na década de 70, quando ele tinha mais de 30 anos. A mais jovem das supostas vítimas tinha 14 anos na época.
Apesar das alegações, Trump colocou o peso da presidência atrás de Moore e sofreu uma derrota crucial no Estado em que obteve 63% dos votos na eleição de 2016, uma vantagem de 28 pontos sobre sua adversária, Hillary Clinton. Jones conseguiu a façanha de ser o primeiro democrata a vencer uma disputa para o Senado no Alabama em 25 anos.
O resultado vai energizar os opositores de Trump, que já haviam conseguido vitórias expressivas em eleições regionais realizadas no dia 7 de novembro, quando levaram com margens superiores às previstas os Estados de Virgínia e New Jersey e várias prefeituras do país.
A chegada de Jones ao Senado reduzirá a maioria do governo Trump na Casa a apenas 51 dos 100 votos, o que deve dificultar a aprovação de medidas que não contem com o apoio unânime do Partido Republicano.
Jones é um ex-procurador célebre por ter conseguido a condenação, na década passada, de dois membros da Ku Klux Klan que explodiram uma igreja negra em Birmingham nos anos 60, provocando a morte de quatro meninas.
Trump parabeniza Democrata
Trump parabenizou Jones pela vitória no Twitter. O presidente observou que o resultado foi influenciado pelo fato de que parte dos eleitores (1,7%) escreveram nomes de outros candidatos na cédula. “Mas uma vitória é uma vitória”, reconheceu.
“Parabéns a Doug Jones nesta vitória disputada. Os votos da cédula desempenharam um fator muito importante, mas uma vitória é uma vitória. O povo do Alabama é grande, e os republicanos terão outra chance com este assento, em um período muito curto de tempo. Isso nunca acaba!”, disse o presidente. (Com informações do Estadão).